Política
CEI da PGA denuncia deterioração de usina de R$ 15 milhões
Segundo o presidente da CEI, vereador Professor Careca (PV), a usina não está em funcionamento, nem mesmo de forma parcial
Kadu Mendes | 12 de abril de 2025 - 06:47

Os vereadores que integram a Comissão Especial de Investigação (CEI) da PGA realizaram uma vistoria na Usina Termoelétrica a Biogás para Reciclagem de Resíduos Orgânicos, instalada em Ponta Grossa. A estrutura, que custou cerca de R$ 15 milhões aos cofres públicos, tem como finalidade a reciclagem de resíduos orgânicos com geração de energia elétrica. Segundo o presidente da CEI, vereador Professor Careca (PV), a usina não está em funcionamento, nem mesmo de forma parcial.
A CEI investiga o contrato nº 189/2008 e o 36º aditivo firmado entre a Prefeitura Municipal e a empresa Ponta Grossa Ambiental (PGA), responsável pela coleta de lixo na cidade.
Durante a visita, os parlamentares constataram a ausência de operação no local. “Tinha lugares que a gente foi lá que estava cheio de teia de aranha”, afirmou Careca, destacando que a vistoria faz parte do processo investigativo da Comissão. “As máquinas estavam limpas, não tinha sujeira, e a geração de energia a partir de resíduos orgânicos costuma produzir sujeira. A gente visitou as máquinas, estavam todas lá, mas, infelizmente, havia pouquíssimo material orgânico”, acrescentou.
De acordo com o vereador, a estrutura da usina não está operando plenamente. “O que deu para ver é que a usina não está funcionando na sua totalidade, nem na parcialidade”, afirmou.
Careca relatou ainda que apenas três pessoas trabalhavam no local no momento da vistoria e que nenhuma delas conseguiu fornecer informações sobre a operação da usina. “A gente ficou estarrecido com isso, porque é dinheiro público. Deveria haver pessoas ali capacitadas para nos informar, inclusive servidores da Prefeitura, responsáveis pela fiscalização. Infelizmente, o que vimos não foi positivo”, declarou o parlamentar.
Ele também ressaltou a importância do papel fiscalizador da Câmara, especialmente em contratos de grande valor como o do 36º aditivo. “Somos fiscalizadores do dinheiro público. Esse aditivo envolve a usina, que custou cerca de R$ 15 milhões. Fomos em busca de informações, mas, infelizmente, não conseguimos obtê-las no local”, concluiu.
A ex-secretária de Meio Ambiente de Ponta Grossa e voluntária técnica da CEI, Patrícia Tuma Hilgemberg, também participou da vistoria. Segundo ela, ao entrarem nos contêineres da operação do biogás, foi possível constatar que os equipamentos estavam fechados e desligados. “Eles não estavam operando. Pedimos que ligassem um dos equipamentos. Quando abriram, estava claro que estava parado havia semanas”, relatou.
Ela explicou ainda que houve dificuldade para acionar o equipamento. “A máquina levou praticamente 15 minutos para ligar. O operador teve dificuldades para fazê-la funcionar. E o outro contêiner, que deveria abrigar o segundo reator, também não funcionou”, afirmou.
Patrícia também apontou a ausência de mecanismos de controle e fiscalização contínuos. “No local, não há câmeras de vigilância para o acompanhamento diário da operação. Hoje, o que existe é o que a PGA informa. Quem se autofiscaliza na usina é a própria empresa. Os fiscais da Prefeitura recebem apenas os dados repassados pela PGA e não têm capacidade técnica para avaliar se estão corretos ou não”, completou.