Campos Gerais
Projeto da UEPG leva formação para jovens no interior de Ipiranga
Segundo a coordenadora da ação, professora Kelly Cristina Ducatti da Silva, o objetivo é promover a formação integral dos estudantes
Da Redação | 12 de abril de 2025 - 03:55

Um projeto de extensão da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) promove formação crítica, capacitação técnica e expressão cultural para jovens de escolas rurais. Intitulada “Temas emergentes: juventudes do campo de Ipiranga/PR”, a iniciativa teve início em fevereiro, no Colégio Estadual Dr. Claudino dos Santos, com uma reunião técnica entre a equipe executora e a gestão da instituição de ensino.
Segundo a coordenadora da ação, professora Kelly Cristina Ducatti da Silva, o objetivo é promover a formação integral dos estudantes que moram na zona rural do município, capacitando-os para enfrentar desafios contemporâneos como sustentabilidade, desigualdades de gênero, preservação ambiental, questões pertinentes às juventudes do campo e gestão tecnológica de propriedades rurais. “A proposta busca fortalecer a identidade cultural local, conectando os princípios da educação do campo, tecnologia e arte para preparar esses jovens como agentes de transformação em suas comunidades”, explica Kelly Cristina.
Para atingir essa meta, foi montada uma equipe multidisciplinar. São duas pedagogas, duas biólogas, uma engenheira elétrica, uma zootecnista e bolsistas de Pedagogia, Biologia, Zootecnia e Engenharia da Computação. “A iniciativa é um ponto de partida para o desenvolvimento local, possibilitando uma troca mútua de saberes e experiências entre os participantes, a universidade e a comunidade”, afirma Kelly.
Para o pedagogo Mateus Orloski de Andrade, egresso da UEPG em 2023 e membro da equipe, participar do projeto traz uma perspectiva de contribuição, especialmente porque Ipiranga é o lugar em que nasceu. “Isso incentiva que estudantes do ensino médio possam almejar e alcançar espaços universitários, assim como eu fiz. Também proporciona a melhoria na formação e aperfeiçoamento sociocultural e permite a troca de experiências e conhecimentos, porque além de ensinarmos, aprendemos muito com esses adolescentes”, detalha.
METODOLOGIA - Para a realização das atividades, foram definidos três eixos metodológicos. O primeiro consiste em rodas de conversa, nas quais os participantes trocarão experiências sobre gênero, saúde mental e cultura regional. Em um segundo momento, há o treinamento técnico sobre tecnologias agrícolas (IoT, sensores), legislação ambiental com orientações sobre cuidados e comportamentos visando à preservação da fauna silvestre, além de visitas guiadas focadas em práticas sustentáveis.
Já o último eixo, focado nas expressões culturais, permite aos alunos explorar temas relacionados à arte, literatura, teatro e música para resgatar e fortalecer a identidade da comunidade.
Parte das atividades será presencial e outra parte ocorrerá em salas de aula virtuais. A coordenadora detalha que, ao final do trabalho, são desenvolvidos materiais como cartilhas digitais, vídeos educativos, exposições artísticas, publicações em eventos e em periódicos científicos, como forma de prestação de contas e serviços à população local. O intuito é “estimular a permanência dos jovens rurais em seu território e um maior engajamento deles em processos que respeitem sua identidade, sua cultura própria e suas potencialidades na organização sustentável de propriedades familiares”, completa a professora Kelly.
Os recursos do projeto provêm do Fundo Paraná, por meio do Programa Universidade Sem Fronteiras, vinculado à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Este programa visa auxiliar e incentivar a extensão universitária, priorizando ações executadas em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). No ranking de IDHM, Ipiranga ocupa a 314ª posição entre os 399 municípios paranaenses.
Com informações da assessoria de imprensa.