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Uma história indiana (17/11)

Uma história indiana (17/11)

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Era uma vez um amigo meu... Um certo dia, ele abriu a gaveta do criado, onde sua esposa dormia e apanhou um pacote de embrulho em papel de arroz.

Este disse meu amigo, não é um pacote qualquer, é uma peça íntima, uma lingerie finíssima.

Abriu o pacote, pegou a peça e acariciou a seda e a renda.

Ela comprou esta lingerie a primeira vez que estivemos em New York, uns 8 ou 9 anos atrás.

Estava esperando o momento certo, a ocasião especial para poder usá-la. Bom, acho que a hora chegou. Aproximou-se da cama e colocou a lingerie perto de outros objetos que levaria para o cemitério. A sua esposa havia morrido de repente.

O meu amigo olhou para mim e disse: nunca guardes nada à espera de uma ocasião especial.

Cada dia que vivemos é uma ocasião especial...

...Ainda estou pensando nas palavras que ele me disse e como mudaram a minha vida.

Agora leio mais, e dedico menos tempo à limpeza da casa. Sento-me na varanda e admiro a paisagem, sem reparar se o jardim tem ou não ervas daninhas.

Passo mais tempo em companhia da minha família e dos meus amigos.

Dei-me conta que a vida é um conjunto de experiências para serem apreciadas e não sobrevividas.

...Agora já não guardo nada. Uso os copos de cristal todos os dias. Visto roupas novas para ir fazer compras no supermercado, se tiver com vontade de vesti-las.

Não guardo o melhor frasco de perfume para ocasiões especiais, mas uso quando quero sentir a sua fragrância.

As frases ‘um dia` e ‘um dia destes’, estão desaparecendo do meu vocabulário, se vale a pena ver e ouvir é ‘agora’.

Não sei o que a esposa do meu amigo teria feito, se soubesse que não haveria amanhã.

O mesmo ‘amanhã’ que todos nós levamos tão pouco a sério.

Se ela soubesse, talvez poderia ter falado com seus familiares e amigos mais próximos.

Ou degustado o seu prato preferido...

São estas pequenas coisas da vida não cumpridas que chateariam se soubesse que tenho as horas contadas...

Chatear-me-ia pensar que deixei de abraçar os bons amigos, que um dia destes reencontraria.

Chatear-me-ia pensar que não escrevi as cartas que queria, porque a intenção de escrevê-las era ‘um dia destes’.

Chatear-me-ia, e deixar-me-ia ainda mais triste, saber que deixei de dizer aos meus filhos e irmãos, com suficiente frequência, o quanto os amo.

Cada dia que passa, digo para mim mesmo, que este é um dia muito especial.

Cada dia, a cada hora, a cada minuto que passa... é especial.

Essa é a realidade da nossa vida, jamais nos damos conta que estamos aqui de passagem, e cada dia que passa, é um dia especial...

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