Conselho Da Comunidade
Para os amigos tudo e para os inimigos os rigores da lei
Mario Martins | 15 de dezembro de 2016 - 03:17

Por Jocemara Gomes
Esta frase famosa dita por
Getúlio Vargas há mais de 70 anos vem mostrando que a corrosão nas instituições
jurídicas e políticas do Brasil nos anos 40 vem se alastrando silenciosamente
revelando castas entre os brasileiros em relação aos quais as leis são
aplicadas de maneiras diferentes, na medida da condição e da influência de cada
um sobretudo, se são políticos de direita e pseudo paladinos contemporâneos da
moralidade.
Recente episódio político mostrou
a negativa do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB) em acatar o
ordenamento do ministro do STF Marco Aurélio Melo que lhe imputava o
afastamento da presidência da casa. Agregando doze processos contra si no STF,
dentre eles, já configurando como réu, num comportamento no mínimo bizarro, o
presidente do Senado se esquivou do oficial de justiça quase com a patética
frase “Manda dizer que eu não estou” enquanto ganhava tempo para articular sua
tangente permanência no cargo. E ao que parece sob as bênçãos presidenciais da
República e do STF que faz uma releitura constitucional garantindo ao político
a permanência no “poder” mesmo sem condições de estar na linha sucessória da
Presidência da República.
No outro lado da ponte, a imagem
da Justiça e do Ministério Público seguem avacalhadas e chacoteadas por Renan
Calheiros, ora pelo acossamento em se sentir investigado quando não se furtou
de chamar um juiz de “juizeco” e o Ministro da Justiça de “chefete” da Polícia.
Agora, o protagonista deste episódio além de ser protegido fraternalmente por
seus pares políticos e inclua-se o STF cria um impasse social de que a lei não
é para todos dando forma a uma “jurisprudência” de que se permite ao cidadão o
desdenho das intimações judiciais.
Com a ausência de um poder divino
numa governança direta, acreditávamos, nós mortais, que a Lei, seria a nossa
máxima da moral e da justiça, mas triste constatação é que o Sistema é
corrupto, o Poder é viciado e pune os infortunados sem dinheiro ou influências.
Refletidos nos espelhos d`água da Casa Civil, eis um governo federal fraco e
dependente de ações da raposada que cerceia a economia do País, seus “ovos de
ouro”, enquanto desfilam enfim, aos olhos de todos os brasileiros com sua
arrogância e prepotência numa reinstalação da anarquia que parece desbotar a
frase impoluta da bandeira nacional – Ordem e Progresso!
Jocemara Gomes
Tema da Semana
Decisão do STF em manter Renan Calheiros na presidência do Senado