Bolsonaro diz que é melhor não mostrar número total de mortes

Desde que o país registrou recorde de mortes dois dias seguidos, Ministério da Saúde mudou metodologia na divulgação dos dados

O governo federal restringiu a comunicação sobre os dados do novo coronavírus no país, terceiro em número de mortes desde o início da pandemia, com mais de 35 mil vítimas da doença. Atualmente, são mais de 645 mil casos confirmados da covid-19, mas especialistas acreditam que esse número é muito maior diante do baixo número de testes realizados no país.

Nesta semana, por dois dias seguidos o Brasil bateu recorde no número de mortes em 24 horas. A partir disso, o Ministério da Saúde alterou o protocolo de divulgação dos dados – que é usado pela maioria dos países afetados pela doença. Com a nova metodologia, divulgando apenas o número de casos novos e omitindo o número total de mortes, corrobora com a hipótese de que o governo pretende manipular o impacto da pandeia non país.

O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para divulgar uma nota argumentando que o modelo usado até quinta-feira (4) e amplamente utilizado em todo o mundo não mostraria o “momento do país”. A partir da confirmação pelo próprio chefe do Executivo sobre a alteração no protocolo, parlamentares e entidades já se movimentam para tentar evitar a manipulação dos números, inclusive com propostas de ações no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Ao acumular dados, além de não indicar que a maior parcela já não está com a doença, não retratam o momento do país”, destaca o comunicado replicado pelo presidente. Já com relação ao atraso registrado nos últimos três dias, quando os dados foram divulgados apenas depois das 22h, a nota destaca que o objetivo é “evitar subnotificação e inconsistências”.

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