Não somos feitos para morrer cedo | aRede
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Não somos feitos para morrer cedo

Afonso Verner

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Ontem fiz um pequeno comentário sobre a morte de duas amigas e a demora na duplicação de rodovias do Paraná. Isso rendeu algumas centenas de acessos, além de 17 inbox no meu perfil pessoal no Facebook, algumas ligações no meu celular e na redação d'ARede. Esses 'contatos' continham desde elogios sobre o conteúdo do texto, até críticas por 'desconsiderar' uma possível imprudência cometida por Camila e Fernanda ao volante.

Por isso volto a tocar no assunto para reafirmar: a burocracia estatal custa vidas todos os dias e nós teimamos em esquecer disso - sejam essas vidas jovens ou não. No caso de Camila e Fernanda o fato é que a duplicação de um trecho pedagiado, perigoso e com histórico de ocorrências continua 'emperrado'  no cabo de força entre concessionária e governo.

Para quem duvida do argumento, pesquise sobre a porcentagem de mortes em estradas duplicadas em comparação a rodovias de pista simples (dois cliques no Google já resolvem isso). No Estado de Minas Gerais, conhecido pelas estradas violentas que registram mais mortes a cada ano, menos de 3% da malha rodoviária é duplicada e famílias continuam chorando vidas que se vão prematuramente.

Infelizmente Camila e Fernanda se juntaram aos números que registram mortes em estradas paranaenses. Conhece-las só fez o fato se tornar mais próximo, vívido e doloroso, mas não transformou o significado do acontecimento em si. Não é só nas rodovias que a burocracia estatal tira vidas: pare e pense sobre o número de pessoas que perdem as vidas em filas de hospitais, por exemplo.

Questionar o fato da falta de duplicação de rodovias ser o causador (ou não) da morte das garotas só serve para desviar o foco da discussão em si e pouco contribui para o debate sobre as rodovias pedagiadas ou a violência nas estradas.

Nosso Estado é lento e burocrático, não há dúvidas, e isso nos custa vidas. Dessa experiência tiro apenas (mais uma) conclusão: nós jovens não somos feitos para morrer cedo e quando isso acontece é sempre uma pena.

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