Conselho Da Comunidade
Medidas anticorrupção que anistiam corruptos
No Conselho da Comunidade, Jorginho Vieira discute sobre a votação das medidas anticorrupção em Brasília e a anistia ao Caixa Dois.
| 26 de novembro de 2016 - 01:55
No Conselho da Comunidade,
Jorginho Vieira discute sobre a votação das medidas anticorrupção em Brasília e
a anistia ao Caixa Dois.
Para não ser injusto ou até hipócrita, quero relembrar o
leitor dos primórdios da política, que surgiu na Grécia, num período onde o
pensar mítico é sufocado pelo pensar racional, com o surgimento da Polis ou
cidade-estado que foi o elemento norteador para que a política fosse criando
suas bases no mundo grego, e assim, nas cidades, nascesse a grande preocupação
em como administrar bem a polis, o surgimento da política no mundo grego
eclodiu de maneira complexa pelos ideais de homens e sociedades pensadas pelos
filósofos, já nessa época havia divergências na forma de administração política
exemplo é Esparta que dava ênfase à força física visto que investiam no seu
exército e Atenas o berço da democracia focava contemplara arte, música,
literatura e outras necessidades voltadas a poucos e não da maioria da
população, vemos que desde o surgimento da política já tinham interesses
exclusos.
A política no Brasil não foi nada diferente
independentemente de quem estava no governo, O período conhecido como a
República Velha é marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras,
paulistas e cariocas, firmou-se como um país exportador de café, e a indústria
cresceu significativamente, mas na área social, várias revoltas e problemas
sociais aconteceram, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em
suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente, como
o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas
do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também
utilizava outros "recursos" para conseguir seus objetivos políticos,
tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes
eleitorais e violência, podemos observar mais uma vez que mesmo depois de um
regime militar, praticamente nada mudou, apenas a forma de votar, mas a forma
de administrar e interesses não mudaram.
E hoje temos uma democracia disfarçada, um eleitor que na
sua maioria não tem critérios técnicos na escolha de seus representantes, uma
forma eleitoral totalmente defasada, os representantes eleitos
independentemente de sigla partidária na sua maioria entrelaçados pela
corrupção, desvios de recursos, má gestão pública, financiamento de campanhas
fraudulentas, agora com essa lei que tramita no congresso das medidas
anticorrupção, alegam que foram eleitos legitimamente pelo povo, para o povo e
legislam pelos seus interesses próprios, continuamos desde os primórdios da
política privilegiando poucos, pior que isso é ver companheiros de partidos
jogando a culpa em presidentes e tesoureiros dos seus próprios partidos e os
incriminando pelos caixa dois de campanhas uma vez que não estão conseguindo
encaixar emendas para anistiar o seus próprios crimes, espero que o judiciário
desse país tome vergonha na cara e denuncie essas salafrários que querem inocentar
a si próprios, com vantagens na lei aprovadas por eles mesmos, porque com
certeza o presidente não terá coragem de vetar essa lei, que vergonha é esse
país.
Por Jorginho Vieira.