Tradições religiosas indígenas são trabalhadas em Guamiranga
Proposta dentro do Ensino Religioso do 4º ano A da Escola Professora Izélia Santina Marconato Prates uniu teoria e prática sobre tradições sagradas do povo Guarani
Publicado: 07/03/2023, 14:50
Um trabalho sobre o respeito à diversidade religiosa vem sendo desenvolvido no 4º ano A da Escola Municipal Professora Izélia Santina Marconato Prates, em Guamiranga. Segundo a professora Ana Paula S. Floriano, o desenvolvimento da dinâmica ocorrerá em todo o primeiro trimestre, com foco nos Lugares Sagrados das variadas regiões do Brasil – um conteúdo previsto pela BNCC na grade curricular.
“O trabalho com Ensino Religioso na escola, área prevista na BNCC, é uma questão que pode levantar vários questionamentos quanto à metodologia e também a postura que o docente adotará diante desta disciplina. Portanto, há que se ter cuidado com a forma como abordar os mais variados temas propostas nesta área”, destaca a docente.
A educadora elenca que devem ser buscadas maneiras dinâmicas e interessantes para apresentar a diversidade cultural e tradições religiosas, suas diferenças e particularidades. “Assim, ao reconhecer que o Brasil é um país laico, que não adota apenas uma religião como oficial, os estudantes passam a perceber que todos têm o direito de exercer suas crenças, das mais variadas formas e nos mais variados lugares”, pontua Ana Paula.
Com todo esse ínterim, houve o início com pesquisas sobre tradições religiosas indígenas. Por estarem no Brasil antes da chegada dos portugueses, foi este o tema escolhido pela turma – com ênfase no povo Guarani que, conta a professora, vivem em regiões brasileiras como o estado do Paraná, além do Paraguai, Argentina e Bolívia.
“Por meio de vídeos e leituras, conhecemos a Opy, lugar sagrado dos índios Guarani que representa para eles a divindade e toda a proteção que eles precisam. É um espaço simples, grande, sem divisórias e com apenas tapetes, os pequenos bancos em suas laterais. Todos tiram o calçado para entrar na Opy, mesmo sendo ela de chão batido. O Pajé, líder religioso, é quem preside os rituais, sendo considerado uma das figuras mais importantes dentro da tribo”, descreve a docente.
Segundo a educadora, o interesse dos alunos a surpreendeu e superou as expectativas, ao demonstrarem entusiasmo nos detalhes, como rituais de cura, batismo sagrado, benção das sementes de milho antes de serem cultivados, despertando curiosidade e conversas. Após algumas aulas, complementa Ana Paula, houve a ideia de fazer uma maquete da Opy.
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“Isso me alegrou muito, pois percebi que o trabalho foi muito válido, as crianças realmente se apropriaram do conhecimento e gostaram de conhecer sobre uma tradição tão diferente daquela com que eles estão acostumados. As maquetes serviram de avaliação do trabalho realizado e foram feitas em casa, com a participação da família, o que é extremamente louvável e enriquecedor para nossas crianças. No dia marcado, todas trouxeram suas criações e fizemos uma exposição para toda a escola”, relata a professora.
Por fim, a docente fala que “é muito bom promover o conhecimento sobre as mais diversas religiões e seus valores. Mostrar aos educandos que existem inúmeros lugares sagrados, inúmeras formas de manifestar nossas crenças”. E, conclui, pontuando que o “conhecimento sobre esta diversidade é importante para a construção de uma sociedade mais justa, empática e respeitosa”.
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