Seis mulheres foram vítimas de homicídio em Ponta Grossa neste ano
Andreia Cristina Madureira Martins, de 26 anos, foi a vítima mais recente; ela morreu enquanto trabalhava, na rua Balduíno Taques, no último sábado.
Publicado: 12/08/2024, 19:11
A chapeira Andreia Cristina Madureira Martins, de 26 anos, foi assassinada a tiros enquanto trabalhava em um trailer de lanches, na noite do último sábado (10), véspera do Dia dos Pais. O homicídio aconteceu na rua Balduíno Taques, uma das vias mais movimentadas de Ponta Grossa.
Testemunhas relataram à Polícia Militar que o suspeito chegou ao local de posse de uma arma, efetuou quatro disparos em direção à vítima e fugiu do local em uma motocicleta azul. O Corpo de Bombeiros (Siate) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegaram a ser acionados, mas a Andreia não resistiu aos ferimentos e morreu. O autor dos tiros ainda não foi localizado. A chapeira deixa três filhos.
O crime foi registrado pela câmera de segurança de um estabelecimento comercial. As imagens devem ajudar nas investigações, que estão sob responsabilidade do Setor de Homicídios da 13ª Subdivisão Policial. De acordo com o delegado Luis Gustavo Timossi, o caso segue em apuração.
TRISTE MARCA - Com a morte de Andreia, Ponta Grossa atinge a marca de seis mulheres assassinadas em 2024. Os casos mais recentes foram registrados em 05 de julho.Jaine Pereira Kochanski, de 27 anos, foi morta a facadas dentro da própria casa, no bairro Contorno. Luiz Cezar Batista Valter, esposo da vítima, foi apontado como principal suspeito do crime - ele chegou a fazer publicações nas redes sociais a respeito do ocorrido.
O suspeito morreu no mesmo dia em um acidente na BR-153, em Tibagi. Segundo o delegado Timossi, a Polícia Civil aguarda laudos e documento para envio ao Poder Judiciário para solicitar o arquivamento do caso por extinção da punibilidade pela morte do Luiz Cezar.
Natural de Telêmaco Borba, Jaine fazia questão de mostrar a paixão pelo ciclismo através de fotos e vídeos publicados na internet. Em uma das postagens, a mulher escreveu que o esporte lhe proporcionava a “sensação de liberdade”. A vítima deixou um casal de filhos.
Ainda no dia 05 de julho, a adolescente Inglidi Joseleia dos Santos de Freitas, de 20 anos, foi morta a tijoladas e ainda teve o corpo incendiado, no bairro Boa Vista. O suspeito do crime foi preso apenas no dia 28 de julho. A Polícia Civil apurou que o homicídio pode estar relacionado com uma dívida de R$ 200. Segundo o delegado Timossi, as investigações já foram concluídas e o autor confessou o assassinato - ele segue preso na Cadeia Pública Hildebrando de Souza.
Em maio, a Polícia Civil começou a apurar como homicídio a morte da jovem Bruna Gabrielly Indrzicad de Lima, de 17 anos. O cadáver da adolescente, que era considerada desaparecida, foi encontrado próximo a uma torre de alta tensão, no Jardim Manacás. O corpo, em estado de decomposição, estava enrolado em um cobertor.
Outras duas mulheres também foram assassinadas em Ponta Grossa neste ano. A zeladora Maria da Luz Alípio, de 51 anos, foi estrangulada pelo próprio companheiro, Paulo Sérgio Machado, em 17 de fevereiro. O acusado fugiu da cena do feminicídio, no bairro Cará-Cará, usando a moto da própria vítima e chegou a enviar mensagens de áudios para as filhas dela.
Paulo foi preso preventivamente dois dias após o assassinato de Maria da Luz. Em julho, os advogados que representam a vítima chegaram a anunciar que o acusado seria julgado pelo Tribunal do Júri por homicídio triplamente qualificado. No entanto, a defesa do suspeito recorreu da decisão.
Também em fevereiro, outro feminicídio tirou a vida da balconista Maria Silmara Bonete, de 40 anos. O crime aconteceu na avenida Visconde de Mauá, no bairro Oficinas. A investigação apontou que a mulher foi morta após uma discussão motivada por ciúmes. O suspeito foi indiciado pela prática de feminicídio qualificado por motivo fútil e posse irregular de arma de fogo e segue preso em Ponta Grossa.
DENÚNCIA - Na semana passada, o Portal aRede e o Jornal da Manhã mostraram que Ponta Grossa registrou mais de 4 mil denúncias de violência contra a mulher. A delegada Claudia Krüger destaca a importância de denunciar agressões, passo fundamental para romper o ciclo de violência. As denúncias podem ser feitas pelos números 197 da Polícia Civil, 181 do Disque-Denúncia, e o Ligue 180, serviço da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos (MDH).