Cieslak vira réu em processo por suspeita de corrupção | aRede
PUBLICIDADE

Cieslak vira réu em processo por suspeita de corrupção

Criação de uma nova CPP também pode apresentar problemas na Câmara

O Ministério Público afirmou que irá apresentar o recurso necessário no prazo estabelecido para os processos.
O Ministério Público afirmou que irá apresentar o recurso necessário no prazo estabelecido para os processos. -

Heryvelton Martins

@Siga-me
Google Notícias facebook twitter twitter telegram whatsapp email

A decisão do Poder Judiciário em relação ao afastamento do vereador Celso Cieslak (PRTB) da Câmara de Vereadores de Ponta Grossa trouxe novos desdobramentos. O juiz da 3ª Vara Criminal da cidade revogou o afastamento do parlamentar e concedeu acesso aos autos do processo aos vereadores da Casa, indicando que a medida deve ser votada e decidida pelo Poder Legislativo do município. No entanto, pode haver problemas para realizar essa votação. Além disso, o juiz acatou a denúncia feita pelo Ministério Público, tornando Cieslak réu pelas acusações de corrupção ativa, corrupção passiva e integração em organização criminosa.

O Ministério Público afirmou entender que o recebimento da denúncia referente aos crimes de corrupção e integração em organização criminosa refletem a solidez dos indícios e das provas obtidas na investigação realizada pelo GAECO de Ponta Grossa. Em contato com a defesa do parlamentar, o advogado Alexandre Postiglione Buhrer afirmou que a decisão de revogar o afastamento não gerou surpresas. A defesa de Cieslak ressaltou que o vereador reassumirá o cargo público pelo qual foi legitimamente eleito pela vontade da população de Ponta Grossa, conforme as regras fixadas por um país democrático de direito.

CASSAÇÃO - Em agosto de 2023, a Câmara de Vereadores da cidade negou um pedido de cassação feito por Sargento Guiarone (PRTB), que assumiu a cadeira de Cieslak. A Comissão Parlamentar Processante (CPP), criada para avaliar o caso, concluiu pela improcedência da acusação, alegando falta de acesso às provas. Diante disso, o juiz decidiu liberar toda a documentação dos autos do processo para os representantes da Casa de Leis analisarem e deliberarem sobre o afastamento do vereador, desta vez por decisão da Câmara de Vereadores. Isso ocorre por entender que o Poder Judiciário não pode tomar essa decisão, como havia sido feito anteriormente em junho de 2023.

RETORNO - Em resposta aos questionamentos feitos pelo Portal aRede e Jornal da Manhã, o presidente da Câmara de Vereadores, Filipe Chociai (PV), destacou que aguardará o recebimento do ofício e, então, aceitará a decisão do Judiciário. Até o momento, não há prazo definido, e ele não se manifestará oficialmente antes disso. Já o vereador Geraldo Stocco (PV), responsável pela denúncia feita ao Ministério Público, afirmou que a decisão é um absurdo. "Este é um dos casos de corrupção mais graves já denunciados na política de PG. O que denunciamos ao GAECO foi amplamente documentado, e agora a Justiça decide devolver o mandato", afirmou Stocco.

O retorno também causou impacto no Sargento Guiarone, que expressou sua tristeza com sua saída da Câmara Municipal em uma entrevista ao Portal aRede nesta quarta-feira (31). Além disso, ele criticou outros parlamentares por estarem indecisos em relação à situação de Celso. O Sargento Guiarone destacou seu trabalho no Poder Legislativo, expressou gratidão pela oportunidade e afirmou que respeita a decisão da Justiça. Ele também fez um apelo para as pessoas terem consciência na hora de votar, já que este é um ano eleitoral.

OPERAÇÃO - De acordo com uma nota enviada ao Portal aRede e ao Jornal da Manhã, o Ministério Público afirmou que irá apresentar o recurso necessário no prazo estabelecido para os processos relacionados à Operação Pactum. Já a decisão do juiz de encaminhar todos os processos para a Vara de Ponta Grossa, foi desentendida pelo órgão ao entender que todos “decorrem de um mesmo esquema criminoso e merecem ser analisados conjuntamente”.

Nova CPP - Um dos problemas que os vereadores podem enfrentar caso tentem tirar Celso Cieslak do cargo está relacionado a abertura de uma nova Comissão Parlamentar Processante. Isso ocorre visto que segundo a lei orgânica do município no art 171, parágrafo 6º, o parlamentar está isento de ser alvo de um novo processo sobre o mesmo caso de corrupção. No documento que rege a Casa de Leis, está descrito que o processo deverá estar concluído dentro de noventa dias, como ocorreu na primeira CPP. Depois deste prazo o processo será arquivado “sem prejuízo de nova denúncia sobre os mesmos fatos”, indicando que um novo processo pode ter dificuldades para ser iniciado

Participe de nossos

Grupos de Whatsapp
PUBLICIDADE

Conteúdo de marca

Quero divulgar right

PUBLICIDADE