Hotéis de PG contabilizam mais de R$ 500 mil em prejuízos

Reflexo é apenas das últimas duas semanas, desde a redução do fluxo de pessoas devidos às medidas contra o coronavírus 

O setor de turismo é um dos que mais já sente o impacto direto da redução do fluxo de pessoas e circulação em Ponta Grossa, devido ao coronavírus (Covid-19). Eventos foram desmarcados, a taxa de ocupação dos hotéis na cidade já minguou em 90%, e demissões já foram inevitáveis, além de dezenas de colaboradores terem as férias antecipadas, informa o Ponta Grossa Campos Gerais Convention & Visitors Bureau. O levantamento estima que apenas no setor de hotéis (fora os diretamente ligados ao turismo), nestas duas semanas, já há prejuízo de R$ 500 mil.

Eventos como a Corrida da Roça, 8º Encontro de Mestres Cervejeiros e o Encontro Paranaense de Bibliotecários, são exemplos de atividades patrocinadas pela Lei Municipal de Incentivo a Eventos Geradores de Fluxo Turístico (Nº12.066/14) adiadas, que somariam mais de mil visitantes em Ponta Grossa entre abril e junho. Reuniões e eventos periódicos que acontecem em hotéis também entram na lista. Com isso, os hotéis, que fecharam março de 2019 com uma taxa de ocupação superior a 50%, estimam agora um valor bastante abaixo disso. Como o pico da contaminação pelo Covid-19 será no próximo mês, segundo previsão do Ministério da Saúde, a perspectiva é que as taxas de ocupação sejam as menores dos últimos anos.

Segundo dados fornecidos ao Ponta Grossa Convention, já são sete demissões somente em Ponta Grossa, número que pode aumentar diante das previsões de baixa ocupação e eventos adiados. Diante de tudo isso, o Convention busca oferecer todo o auxílio possível a hotéis e demais empresas turísticas, junto a entidades como o Paraná Convention & Visitors Bureaux e Associação Brasileira de Eventos (Abeoc), com intervenções junto ao Ministério do Turismo e Secretaria Estadual de Turismo. “Estamos conversando com diversas entidades e empresários para ver o que é possível fazer para amenizar os impactos dessa crise e também encaminhando sugestões econômicas para ajudar a nossa região”, enfatiza a presidente do Convention, Thaís Pius.

A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), à qual o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares dos Campos Gerais (SHRBS) é filiado, também fez, na última semana, uma série de pleitos ao Governo Federal, em conjunto com outras entidades do setor. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, já se manifestou sobre o assunto, apresentando uma Medida Provisória (MP) ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para auxiliar o setor. “O objetivo foi sensibilizar os Governo Federal para que seja elaborada uma Medida Provisória que auxilie o setor que já passa por dificuldades. A MP não foi aprovada ainda, mas é muito importante. O setor espera”, destacou o diretor de Turismo da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Daniel Wagner, também presidente do SHRBS.

Novas ações são necessárias para o setor em todo país

De acordo com Daniel Wagner, na MP deverá constar a permissão da suspensão do contrato de trabalho dos funcionários por 60 ou 90 dias, para que durante este período eles recebam uma remuneração equivalente ao Seguro Desemprego e a empresa fique desonerada. Além disso, Wagner salienta que foi solicitada a alteração da concessão de férias antecipadas mesmo a quem não tem férias vencidas, com também linhas de crédito especiais através do Fundo Geral de Turismo (Fungetur). O diretor explica que para ter acesso aos benefícios que a MP trará, será necessário ter cadastro junto ao Ministério do Turismo (Cadastur) – inclusive empresas de alimentação.

Com informações das assessorias