Museu Campos Gerais abre exposição sobre os 200 anos de PG
Acervo reúne aspectos históricos sobre povos originários que ocupavam a região de Ponta Grossa, presença da cultura afro e do hip hop, além de registros do Operário Ferroviário; Mostra estará disponível até o fim de setembro com entrada gratuita
Publicado: 16/06/2023, 17:25
O Museu Campos Gerais, da UEPG, lançou a exposição ‘Duzentos’, em alusão ao bicentenário da cidade de Ponta Grossa. A mostra reúne um acervo com detalhes sobre os povos originários que ocupavam a região, a presença dos eslavos, islâmicos e da influência da cultura afro, além de trazer registros e taças históricas do Operário Ferroviário. A entrada é gratuita e a exposição estará aberta até o fim de setembro.
A exposição foi concebida pela arquiteta Nisiane Madalozzo, com arte desenvolvida pelo artista Élio Chaves, que possui longa trajetória em Ponta Grossa. A curadoria é realizada pelo próprio Museu Campos Gerais, em parceria com instituições como o Colégio Agrícola Augusto Ribas, Bar do Tito, Paróquia Santana, Operário Ferroviário e da comunidade ligada ao hip hop na cidade.
Outra contribuição marcante e que é destacada como de forte influência na história local são os terreiros. Atualmente, Ponta Grossa tem mais de 300 terreiros ativos e parte do acervo de ‘Duzentos’ traz elementos que tratam da presença de origem africana na cidade. Para contribuição com o acervo, o museu recebeu doações do terreiro Ilê Asé Alaketu Ekun Dudu Ogum.
Exposição provocativa
Atual diretor-geral da instituição, Niltonci Batista Chaves destaca que a exposição tem como objetivo ser provocativa. “A ideia da exposição é homenagear a cidade e as pessoas, mas até como uma obrigação nossa enquanto museu universitário, que se vincula a produção de conhecimento cientifico, a exposição tem um tom provocativo”, explica Niltonci.
De acordo com Niltonci, a primeira coisa que os visitantes irão notar ao entrar no museu é uma estrutura que fala dos povos originários que estavam na região onde é Ponta Grossa há milhares de anos. “A primeira cena da exposição remete a milhares de anos atrás, e isso já dá o tom da exposição”, afirma.
Niltonci, que é também professor e doutor em História pela UEPG, diz que também há referência sobre marcos identitários da cidade, mas que a preocupação está em mostrar instituições, espaços e grupos que estão presentes no cotidiano de Ponta Grossa.
“Nós falamos dos eslavos, mostramos alguma coisa da Santa Casa, que é um hospital centenário, dos primeiros veículos de comunicação de Ponta Grossa e do Operário Ferroviári,o que hoje é a maior marca que temos no cenário nacional”, detalha o professor.
Multimídia
Além de tratar sobre os 200 anos de Ponta Grossa, ‘Duzentos’ busca uma reflexão de quem visita. Isso é feito, segundo Niltonci, por meio de objetos físicos (materiais), fotografias históricas e a inclusão de um ‘mini’ auditório, onde visitantes podem assistir filmes dos mais variados tipos e datas, desde filmes raros da década de 1920 até documentários produzidos por pessoas da cidade.
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Expectativa
Ainda de acordo com Niltonci, a expectativa de público é de 1500 visitantes por mês. Para se ter uma ideia, um dia chuvoso em Ponta Grossa, como foi a quinta-feira (15), trouxe mais de 150 pessoas.
Por fim, o diretor do museu afirma que a exposição pode ser acompanhada por todos os públicos. Fácil de absorver pelas crianças e que pode trazer lembranças ao público da terceira idade.