MON realiza grandiosa exposição dos 100 anos de Poty Lazzarotto
Com curadoria de Maria José Justino e Fabricio Vaz Nunes, a mostra reúne aproximadamente 500 obras
Publicado: 04/04/2024, 01:30
O Museu Oscar Niemeyer (MON) realiza a grandiosa exposição “Trilhos e Traços – Poty 100 anos”, para comemorar o centenário de Poty Lazzarotto (1924-1998). Com curadoria de Maria José Justino e Fabricio Vaz Nunes, a mostra reúne aproximadamente 500 obras, um recorte da doação de 4 mil peças pela família do artista ao Museu, em 2022. A visitação estará aberta ao público a partir de 12 de abril, próxima sexta-feira, na Sala 6.
“Poty, em seu centenário, segue atual, incomparável, e essa nova exposição reforça a importância do artista para a identidade cultural paranaense. Tenho certeza de que a mostra no Museu Oscar Niemeyer introduzirá seu trabalho singular para milhares de pessoas e também para as novas gerações”, afirma Luciana Casagrande Pereira, secretária de Estado da Cultura.
Segundo a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, mais do que comemorar o centenário desse artista curitibano, um dos principais nomes das artes do Estado e do País, a exposição passa a ser um local de referência a Poty Lazzarotto. “A partir de agora, certamente, os visitantes do MON, em especial as centenas de estudantes das redes pública e particular que diariamente frequentam o Museu, poderão saber mais e conhecer melhor esse gênio das artes”, comenta.
A exposição também é uma oportunidade para o espectador se aprofundar na vida e obra de Poty. “Ao proporcionar uma imersão em tão vasto conteúdo, reunido aqui, o MON instiga o público a aumentar o repertório ao lançar um novo olhar sobre esse artista ímpar”, afirma Juliana.
A premissa da exposição, segundo os curadores, além de destacar a importância de sua obra no cenário paranaense, é extrapolar as fronteiras regionais e apresentar Poty em sua dimensão universal.
Na mostra, as obras foram organizadas em torno de nove núcleos temáticos presentes na trajetória artística de Poty, representativos das suas diferentes facetas: o Narrador; o Trabalho; o Xingu; o Sagrado; a Guerra; o Cotidiano; o Viajante; o Muralista e o Retratista. “Mas Poty, o piá do Capanema que amava o cinema e as histórias em quadrinhos, é ainda mais que tudo isso”, dizem os curadores.
POTY – Poty Lazzarotto (Curitiba, 1924-1998) trilhou seu caminho a partir do desenho, aprofundando-se, em seguida, na gravura, da qual se tornou um mestre, sendo o criador do primeiro curso de gravura do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Muito de sua produção é biográfica, indo de lembranças de menino em torno de trilhos e vagões de trem a registros de tipos curitibanos e dos cenários que eles habitam.
Poty é direto e sem rodeios em seus desenhos e gravuras. Foi com essa característica espontânea que ilustrou diversas obras da literatura brasileira, como “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, e “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa. Não poderia, também, ter deixado de dar a vida aos curitibanos controversos retratados nos contos de outro ícone paranaense, Dalton Trevisan.
Não bastasse sua presença na literatura, Poty deixou sua marca em toda Curitiba por meio de seus monumentos ou painéis de azulejo e de concreto aparente, prática que se iniciou com o painel “Desenvolvimento histórico do Paraná”, de 1953, na Praça 19 de Dezembro. Outros exemplos dessa produção são os painéis da Travessa Nestor de Castro, nos quais ele mostra, de um lado, a cena de uma Curitiba que já não existe, e, do outro, a evolução da cidade, surgida em meio ao pinheiral, habitada por imigrantes, e que se destaca no campo do urbanismo.
Doada ao Museu Oscar Niemeyer, a coleção diz respeito a toda essa produção. Nela há originais tantas vezes reproduzidos em livros e outras publicações sobre o artista, e o público pode ter contato com os desenhos realizados por ele em sua expedição ao Xingu, em 1967, e adentrar a intimidade de um Poty quase desconhecido.
Em esboços, projetos e estudos, os visitantes podem perceber a evolução do traço, desde a sua juventude até a maturidade. Dessa forma, a coleção constitui um verdadeiro material etnográfico sobre o artista.
A coleção também é formada por obras consumadas, desenhos, xilogravuras, litogravuras, gravuras em metal, entalhes em madeira e blocos de concreto: milhares de peças que dão um testemunho claro da polivalência do artista.
Com informações: Agência Estadual de Notícias.