Crônica dos Campos Gerais: Sexta às Seis | aRede
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Crônica dos Campos Gerais: Sexta às Seis

Texto de autoria de Alessandro de Melo, professor universitário, natural de São Paulo/SP, residente em Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais

Texto de autoria de Alessandro de Melo, professor universitário, natural de São Paulo/SP, residente em Ponta Grossa
Texto de autoria de Alessandro de Melo, professor universitário, natural de São Paulo/SP, residente em Ponta Grossa -

Da Redação

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Declaro-me culpado! Sim, sim, sem dúvida. Sou mesmo culpado. Meu pecado/crime é ter me apaixonado pela Princesa dos Campos já faz muito tempo. Durante anos minha relação era distante, meio fria, entende? Morava em outro município e vinha apenas passear no shopping ou comer no La Gôndola, ou no já saudoso Mikulis do Vila Velha. Só coisa fina, o leitor deve pensar. Sim, aquiesço a este argumento. No entanto, sempre rápidas as passagens por aqui, nunca me deram a oportunidade de conhecer a cidade.

Faz pelo menos oito anos que me mudei para cá, e como se fosse um velho morador posso dizer que já vi muitas mudanças na cidade. Se me deixarem posso até falar como um nativo sobre elas. Não duvidem do meu poder de argumentar sobre a Princesa dos Campos. Quando gosto, gosto mesmo!

Mas já na metade da crônica o leitor ou a leitora deve se interrogar sobre o título: Sexta às Seis. Este, como sabem todas e todos, é um projeto antigo, de 1990, marco cultural desta cidade. Mas eu, acostumado a uma relação fria com a cidade, não o tinha frequentado até novembro passado. E do nada, sem planejamento. Estava eu flanando pela cidade quando ouço, ao longe, um som fantástico vindo da parte “leste” do Parque Ambiental, bem na frente do “Paraguaizinho” (fiz isso para impressionar o leitor, porque na verdade nada conheço de geografia; não reproduza esta localização por aí).

Fui então ver o que se passava. Uma música linda, meio clássica meio indie, com uma cantora performática maravilhosa. Tinha até violino junto com rock. Hipnotizei na hora. Fiquei lá vendo o ensaio. Ainda era cedo, e o projeto, como se vê pelo título, tem hora para começar.

Fiquei ali sentindo o sol na cara indo embora, o céu azul dos Campos Gerais com aquela amplitude que me encanta, e ainda mais bacana, vendo chegar gente para ver os shows da noite. Depois vi que o ensaio era da MUM, liderado pela artista Gabriela Cordeiro de Paula, e que na sequência viria o PG Town, de rap. Deixei-me inundar por aquele clima: fim de tarde perfeito, clima bom, diversidade de gentes e boa música.

Naquele momento eu senti algo tão bom, que penso que foi um momento de verdadeiro acolhimento na e da cidade para mim. Ali, em meio a tanta gente boa, diversa, divertida, senti que a cultura é uma verdadeira forma de criar comunidade e de acolher a todos e todas. Por isso também sempre atacada e desprestigiada.

Viva a cultura! Viva o Sexta às Seis! E obrigado por este abraço Ponta Grossa. 

Texto de autoria de Alessandro de Melo, professor universitário, natural de São Paulo/SP, residente em Ponta Grossa, escrito no âmbito do projeto Crônicas dos Campos Gerais da Academia de Letras dos Campos Gerais (https://cronicascamposgerais.blogspot.com/).

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