Moraes diz que aguarda Trump revogar sanções impostas contra ele
Ministro do STF, Alexandre de Moraes aposta na diplomacia e em divisões internas no governo de Donald Trump para derrubar sanções
Publicado: 20/08/2025, 15:58

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou, nesta quarta-feira (20), estar confiante de que as sanções impostas contra ele pelo governo dos Estados Unidos serão revertidas. Moraes declarou acreditar que o presidente norte-americano, Donald Trump, recuará diante de pressões internas e da atuação diplomática brasileira.
Em entrevista à Reuters, o magistrado afirmou estar aguardando o republicano revogar as sanções impostas. “É plenamente possível uma impugnação judicial (nos Estados Unidos), e até agora não encontrei nenhum professor ou advogado brasileiro ou norte-americano que ache que a Justiça não iria reverter. Mas, nesse momento, eu aguardo — e foi uma opção minha — aguardar a questão diplomática do Brasil e Estados Unidos”, declarou Moraes.
O ministro brasileiro tornou-se alvo direto das medidas norte-americanas, após endurecer restrições contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado por um suposto plano de golpe em 2022. Trump, que apelidou o processo de “caça às bruxas”, retaliou com a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e com sanções financeiras pessoais contra Moraes, provocando apreensão no sistema bancário do país.

Alexandre tornou-se uma das figuras mais proeminentes do STF nos últimos anos, liderando julgamentos que barraram a candidatura de Bolsonaro, determinaram prisões em massa de manifestantes golpistas e enfrentaram empresas de tecnologia, incluindo Elon Musk, por descumprimento de ordens judiciais.
LEI MAGNITSKY - No fim de julho, o governo de Donald Trump aplicou a Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O nome do magistrado consta no sistema do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, que administra e aplica programas de sanções, e também no site do Departamento de Tesouro. A lei é usada para punir estrangeiros. Criada em 2012, no governo de Barack Obama, a Lei Magnitsky autoriza os Estados Unidos a aplicar sanções contra estrangeiros envolvidos em corrupção ou em graves violações de direitos humanos. A legislação leva o nome de Sergei Magnitsky, advogado russo que denunciou um esquema de corrupção em seu país e morreu em 2009, aos 37 anos, em uma prisão de Moscou. Inicialmente, o dispositivo foi criado para responsabilizar os envolvidos em sua morte.

Alexandre destacou que a divulgação de informações corretas às autoridades norte-americanas será suficiente para reverter as medidas. “Acredito que o próprio poder executivo dos EUA, o presidente, as reverterá”, afirmou. O magistrado também apontou resistência dentro da administração Trump à adoção das sanções. De acordo com ele, setores do Departamento de Estado e do Tesouro demonstraram relutância.
Com informações de: Metrópoles.