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Especialista alerta para os riscos do metanol em bebidas adulteradas

Robson Novak explica como o metanol age no corpo humano, os sintomas de intoxicação e formas de prevenção

Para evitar riscos, o professor reforça a importância de verificar a procedência das bebidas
Para evitar riscos, o professor reforça a importância de verificar a procedência das bebidas -

Mariele Alexandra Zanin

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Nos últimos dias, o aumento de casos de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol tem preocupado autoridades de saúde em todo o país. Para esclarecer o tema, o Viver Bem conversou com o professor Robson Schimandeiro Novak, farmacêutico, mestre em Nanotecnologia e doutor em Toxicologia pela UEPG.

Segundo o especialista, o metanol é uma substância altamente tóxica e sem qualquer função segura para consumo humano. “Ele é importado, usado na fabricação de tintas, vernizes e plásticos. Por ter baixo custo e odor semelhante ao do álcool etílico, está sendo usado de forma criminosa para adulterar bebidas, especialmente as destiladas”, explicou Novak.

O professor destacou que, nos primeiros minutos após a ingestão, o metanol pode causar fortes dores de cabeça, enjoo, náuseas e dores abdominais. “Entre 12 e 48 horas, o corpo transforma o metanol em formaldeído e ácido fórmico, compostos extremamente tóxicos que podem causar cegueira irreversível e até a morte”, afirmou.

Enquanto o etanol (álcool comum) é metabolizado no fígado sem causar grandes danos, o metanol é convertido em formaldeído, substância usada inclusive para conservar cadáveres. “O formaldeído é muito tóxico para as células e tem grande afinidade com o nervo óptico, o que explica os casos de perda de visão”, completou.

Confira a entrevista completa:

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O Viver Bem entrevistou Robson Schimandeiro Novak. | Autor: aRede.info
  

O toxicologista explicou ainda que pessoas com problemas no fígado ou nos rins são mais suscetíveis aos efeitos da intoxicação. “Mesmo pequenas doses podem causar reações graves nesses pacientes”, alerta.

Atualmente, o tratamento é feito com administração controlada de etanol, que compete com o metanol na metabolização, reduzindo os danos. Além disso, a Anvisa autorizou recentemente a importação do Fomepizol, considerado o antídoto mais eficaz contra o envenenamento por metanol.

Para evitar riscos, o professor reforça a importância de verificar a procedência das bebidas. “É essencial conferir se o número de série do rótulo coincide com o gravado na garrafa e desconfiar de preços muito abaixo do mercado. As bebidas devem ser compradas somente em locais de confiança”, destacou.

Casos recentes de intoxicação já foram confirmados no Paraná, reforçando a urgência da conscientização. “O metanol é invisível a olho nu, mas seus efeitos são devastadores. A prevenção é o único caminho seguro”, concluiu Novak.

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