Câmeras flagram policiais suspeitos de receber propina em PG e região

O Portal aRede obteve o acesso, na noite dessa terça-feira (7), de vídeos realizados pelas equipes de investigação, que mostram policiais suspeitos de estarem recebendo propina. A operação foi realizada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Ponta Grossa e Guarapuava, em colaboração com a Corregedoria da Polícia Militar e o Batalhão de Polícia Rodoviária, nessa manhã, para combater crimes de corrupção, concussão e lavagem de dinheiro praticados por policiais rodoviários estaduais nos Campos Gerais e em outras regiões do Paraná. 

Pelas imagens, de câmeras escondidas, em dois casos é possível observar pessoas utilizando o celular para supostamente fazer pagamentos. Em um deles, um policial aparece apontando um ‘QR code’ para um motorista. Em outro, um policial aparece pegando o que parece ser uma carteira de um homem, tirando algo e guardando. Esses e outros vídeos fazem parte da investigação realizada para identificar e punir a má conduta de policiais na região e outros pontos do Estado.

Conforme informações reveladas pela equipe do MPPR, a ‘Operação Via PIX’ iniciou-se em março de 2025, após denúncias de motoristas encaminhadas pelo Comando Regional da Polícia Militar. O modus operandi dos investigados consistia em coagir motoristas, principalmente caminhoneiros, a realizar pagamentos via PIX para evitar a aplicação de multas ou a apreensão de veículos.

O GAECO apura o recebimento de pelo menos R$ 150 mil em propinas entre dezembro de 2024 e agosto de 2025. Entre os investigados estão nove policiais rodoviários estaduais, nove civis (laranjas) e três empresas, cujos nomes não foram divulgados, localizadas em Ponta Grossa, Telêmaco Borba, Castro, Piraí do Sul, Jaguariaíva, Wenceslau Braz, Arapoti e Siqueira Campos.

Durante a operação, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, 17 mandados de busca pessoal, sete ordens de afastamento de policiais de suas funções operacionais, além do bloqueio de contas bancárias e um flagrante por armazenamento irregular de fogos de artifício em uma das empresas investigadas.