Coluna Fragmentos: O serviço de assistência médica domiciliar de urgência em Ponta Grossa | aRede
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Coluna Fragmentos: O serviço de assistência médica domiciliar de urgência em Ponta Grossa

A coluna ‘Fragmentos’, assinada pelo historiador Niltonci Batista Chaves, publicada entre 2007 e 2011, retorna como parte do projeto '200 Vezes PG', sendo publicada diariamente entre os dias 28 de fevereiro e 15 de setembro

Publicada no início de 1966, a nota da conta da atuação do SAMDU em Ponta Grossa no ano anterior. JM em 06 de janeiro de 1966
Publicada no início de 1966, a nota da conta da atuação do SAMDU em Ponta Grossa no ano anterior. JM em 06 de janeiro de 1966 -

João Gabriel Vieira

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A sociedade brasileira passou por um processo de mudanças estruturais ao longo do século XX. Tais mudanças foram mais intensas a partir de 1930 e exigiram novas atitudes por parte do Estado nacional.

Educação, assistência social, segurança, mercado de trabalho e saúde pública despontaram como demandas emergentes da sociedade brasileira.

No final da década de 1940, com o crescimento da população urbana e com o aumento das pressões populares o governo federal criou o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU).

Esse serviço era mantido por meio dos recursos provenientes dos Institutos de Previdência e Caixas de Aposentadorias e Pensões que funcionavam no Brasil antes do surgimento do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), criado em 1967.

Ao longo da década de 1950, o SAMDU espalhou-se pelas grandes e médias cidades brasileiras, chegando em Ponta Grossa no início da década de 1960, provavelmente em 1963.

Inicialmente projetado para ser um atendimento médico domiciliar de urgência, o SAMDU, ao menos em Ponta Grossa, acabou ampliando suas ações. De acordo com o Dr. Valdir Sabedotti, um dos médicos ponta-grossenses que atuaram no SAMDU, enquanto existiu, o Serviço atendeu uma grande variedade de casos: hemorragias femininas, casos de natureza psiquiátrica, embriaguez, verificação de óbitos etc.

Funcionando 24 horas por dia, o SAMDU contava com equipes formadas por 2 médicos, 1 motorista e 1 enfermeiro, sendo que o último não tinha uma formação na área, aprendendo na prática os procedimentos básicos necessários, como aplicar uma injeção ou fazer um curativo.

As dificuldades no transporte dos doentes e no deslocamento das equipes do SAMDU pelas periferias da cidade também eram grandes. A ambulância era, na verdade, um transportador de doentes, um leito dentro de um carro. Os bairros e vilas mais afastados padeciam pela falta de ruas calçadas, o que, muitas vezes, limitavam ou impediam o trabalho das equipes médicas.

Entre os médicos locais que trabalharam no SAMDU estavam (além do Dr. Sabedotti, já citado) os Drs. Edmar Pacheco, Fulton Borges de Macedo, Enny Fachin, Roberto Portela, Aloísio Grochoski, Paulo Novaes etc.

De certa forma, o SAMDU equivale ao antepassado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, que atualmente atende Ponta Grossa e outras cidades no território brasileiro. Evidentemente muito melhor equipado e contando com mais recursos, o SAMU é um dos principais componentes da Política Nacional de Atenção às Urgências implantada em 2003 pelo Governo Federal. Inspirado no modelo francês, o SAMU objetiva reduzir o número de óbitos, o tempo de internação hospitalar e reduzir eventuais sequelas provocadas por acidentes de natureza diversa.

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O material original, com mais de 170 colunas, será republicado na íntegra e sem sofrer alterações. Por isso, buscando respeitar o teor histórico das publicações, o material apresentará elementos e discussões datadas por tratarem-se de produções com mais de uma década de lançamento. Além das republicações, mais de 20 colunas inéditas serão publicadas. Completando assim 200 publicações.

Publicada originalmente no dia 09 de dezembro de 2007.

Coluna assinada por Niltonci Batista Chaves. Historiador. Professor do Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná.

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