UEPG registra ausência de 23% dos candidatos durante ‘Vestibular’ | aRede
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UEPG registra ausência de 23% dos candidatos durante ‘Vestibular’

Mais de 6,9 mil estudantes disputaram 1.495 vagas, em 39 cursos de graduação

Processo seletivo aconteceu no último domingo (26), em quatro cidades do Paraná
Processo seletivo aconteceu no último domingo (26), em quatro cidades do Paraná -

Da Redação

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Aconteceu no último domingo (26), o vestibular de 2023 da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Foram 6.936 candidatos (23% de ausência, já que eram esperados 9 mil candidatos) que compareceram às provas para disputar as 1.495 vagas em 39 cursos presenciais de graduação. A prova foi realizada em 23 locais de quatro cidades: Ponta Grossa, Curitiba, Maringá e Cascavel, envolvendo quase mil servidores da UEPG. O resultado será divulgado até 22 de dezembro, com a entrada prevista para 2024.

A novidade deste vestibular foi a gratuidade das inscrições para as Licenciaturas. Angela Dejanira de Moura é babá e aproveitou a oportunidade para lutar por seu sonho de fazer Letras – Português/Inglês. “Estava gratuito, então eu pensei: eu vou fazer! É o que eu gosto, gosto muito de ler, então para mim foi muito bom”.

Ao todo, 23 locais, em quatro cidades, aplicaram o 'Vestibular da UEPG'
Ao todo, 23 locais, em quatro cidades, aplicaram o 'Vestibular da UEPG' |  Foto: Divulgação/UEPG.
 

Assim como nas edições anteriores, os vestibulandos vieram de diversas cidades para fazer a prova. André Victor Betim Viana, de 19 anos, veio de Imbaú para tentar uma vaga no curso de Direito. “É a primeira vez que eu estou prestando UEPG, é a universidade pública gratuita mais próxima da minha cidade”, diz ele. André se preparou estudando matérias de exatas, redação, assistindo a videoaulas e aproveitou que tem familiares morando na cidade para apostar na UEPG.

Para todas as idades

Eliziane Ribeiro Breula tem 47 anos e veio a Ponta Grossa junto com uma de suas filhas, que é candidata a uma vaga em Ciências Biológicas. A última prova que Eliziane prestou foi o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2003. Para ela, fazer o Vestibular da UEPG é um ato de coragem. “Não é fácil estudar, a gente trabalha o dia todo, chega em casa, faz janta e só depois estuda até a hora que dá. Minha filha que me inscreveu no Vestibular, a gente estudava junto, foi bem legal”, conta. “Eu sempre gostei de estar entre as pessoas, acho que Pedagogia é um curso que eu vou me dar bem. Eu tenho que lutar por mim também, não importa a idade. O sonho da gente não tem idade, né?”, completa.

Assim também pensa Elio Pupo, de 68 anos – um servidor aposentado da UEPG que é formado em Geografia e era auxiliar de atividades de ensino no Bloco M. Elio veio fazer o vestibular sonhando com uma vaga no curso de Artes Visuais. “Eu andei pesquisando, envolve cinema, pintura e outras artes. Escolhi o curso pelo fato de estar aposentado e começar a mexer com artesanato. Isso me chamou atenção para essa área de Artes Visuais; para passar na prova, estou contando com meus estudos de atualidades e minha experiência pessoal”.

Elio Pupo, de 68 anos, foi uma das pessoas que realizou o vestibular
Elio Pupo, de 68 anos, foi uma das pessoas que realizou o vestibular |  Foto: Divulgação/UEPG.
 

Atendimento a pessoas com deficiência

A candidata Rosane de Fátima Belter, assim como Elio, veio confiante para prestar o Vestibular para Licenciatura em Artes Visuais. Ela conta que se preparou bastante com o apoio dos professores da Associação de Pais e Amigos do Deficiente Visual (Apadevi). “Como eu perdi a visão faz nove meses, eu ainda não sei totalmente o Braille, então eu vou fazer a prova oral. Vai ter um ledor que vai ler a prova para mim e um transcritor que vai escrever tudo para mim. Espero fazer uma prova bem tranquila”, conta Rosane. 

Rosane de Fátima contou com o auxílio de servidores para realizar o vestibular
Rosane de Fátima contou com o auxílio de servidores para realizar o vestibular |  Foto: Divulgação/UEPG.
 

Juntamente com a Coordenadoria de Processos de Seleção (CPS), a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) é responsável por preparar o ambiente para que os inscritos com deficiência possam fazer a prova da melhor maneira possível. “A primeira questão a ressaltar é que o atendimento especial é um direito da pessoa com deficiência. Então a Universidade procura fazer o melhor atendimento e acolhimento”, explica a pró-reitora da Prae, Ione Jovino. “É muito importante ter o ambiente adequado para que esses alunos tenham não só o direito ao atendimento, mas também para potencializar o desempenho deles na prova”, completa.

Rosane e Elio participam, nesta segunda-feira (27), do Teste de Habilidades Específicas (THE) – uma prova prática voltada para os candidatos de Música e Artes Visuais. A professora Adriana Suarez, coordenadora do curso de Artes e uma das avaliadoras do THE, comenta que para a prova deste ano, os alunos receberão duas questões interpretativas: uma que tem a ver com um desenho de observação e memória e outra que avalia o desenho de criação. O curso de Artes Visuais completa 20 anos em 2023 e retoma na prova prática deste ano um elemento que inaugurou o curso no ano de 2000: o objeto a ser desenhado é um grampo.

Adriana explica que o THE de Artes Visuais é avaliado com cuidado e com foco na técnica, pois, assim como todo trabalho artístico, um desenho pode vir carregado de subjetividade. “Muitas vezes, o candidato apresenta um ótimo desenho, só que não atende aos quesitos técnicos que a questão está pedindo, então precisa ser desclassificado. A professora relata que os critérios de avaliação são: a relação de proporção; a relação de técnicas de luz e sombra e como o candidato trabalha isso; a composição (a organização que o candidato faz na folha e a ocupação do espaço para que ele possa desenvolver esse trabalho) e a criação. 

Sobre receber uma candidata com deficiência visual, Adriana conta que num primeiro momento foi um desafio preparar a prova para ela. “Acredito que podemos aprender muito mais com ela do que ela conosco; é fantástico”. Rosane estava preparada para a prova prática. Quando questionada sobre qual seria sua expectativa, ela disse: “minha deficiência não me impede de pintar. Eu amo pintura e quero aprender novas técnicas”. Ainda comentou que é muito importante a adaptação e inclusão do deficiente visual nas provas. “Você pode se tornar um bom profissional assim como qualquer outra pessoa, dentro da sua limitação”. 

Edson Luís Marchinski, chefe da CPS, comenta que é a primeira vez que há atendimento especial no THE e avalia que o vestibular transcorreu normalmente, tanto na parte da manhã quanto na parte da tarde. “Aqueles que vão conseguir a aprovação, é só correr para o abraço e aguardar as informações sobre o início das aulas, que deve ocorrer entre fevereiro e março de 2024”. 

Expectativa é que o resultado seja divulgado até 22 de dezembro deste ano
Expectativa é que o resultado seja divulgado até 22 de dezembro deste ano |  Foto: Divulgação/UEPG.
 

Todas as informações sobre redação, gabarito e provas estão disponíveis na página da CPS (aqui). Os recursos podem ser enviados até 48h depois da divulgação dos gabaritos, via protocolo digital, clicando aqui.

Com informações: assessoria de imprensa.

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