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Bolsonaro volta a PG após três anos. Qual a diferença?

Presidente da República visita cidade nesta sexta-feira (5). O que diferencia Bolsonaro de hoje daquele que visitou à Princesa dos Campos em 2018?

Em 2018, Bolsonaro arrastou multidão às ruas da cidade que lhe daria 70% dos votos válidos na eleição daquele ano
Em 2018, Bolsonaro arrastou multidão às ruas da cidade que lhe daria 70% dos votos válidos na eleição daquele ano -

Afonso Verner

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Presidente da República visita cidade nesta sexta-feira (5). O que diferencia Bolsonaro de hoje daquele que visitou à Princesa dos Campos em 2018?

O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), volta à cidade de Ponta Grossa nesta sexta-feira (5). Mas essa não é a primeira vez que Bolsonaro visita o município: em abril de 2018 eu o entrevistei quando ele cumpria agenda na cidade, conversamos sobre temas que pautavam a eleicão naquele momento. Em mais de três anos de distância das duas datas, o que mudou no Bolsonaro de abril de 2018 para o Bolsonaro de novembro de 2020?

A primeira parte da resposta é objetiva. Em abril de 2018, Bolsonaro era pré-candidato à Presidência da República, pousava de outsider (mesmo que não fosse) e se consolidava nas pesquisas com 18% dos votos válidos - na época, mesmo preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderava as pesquisas com 33%. Lula não foi candidato, lançou Fernando Haddad, Bolsonaro foi esfaqueado em Juiz de Fora e foi eleito - o resto é história. 

A segunda constatação sobre a diferença entre os dois 'Bolsonaros' é que aquele de abril de 2018 era deputado federal e pré-candidato à Presidência da República, o Bolsonaro de hoje é presidente do Brasil desde janeiro de 2019. Ou seja: o discurso não é mais o mesmo, nem mesmo as motivações. Bolsonaro hoje é governo, responsável por uma das maiores economias do mundo há tempo suficiente para responder pelos resultados de sua gestão (alô Paulo Guedes). 

Há ainda outra diferença bastante significativa do Bolsonaro de 2018 para o Bolsonaro de hoje: o então pré-candidato flertava com o chamado 'Lavajatismo', do então juiz Sérgio Moro (que depois, não por acaso, tornou-se ministro de Bolsonaro), já o atual presidente se desvinculou desta abordagem política e tem feito de tudo que pode (e também não pode) para questionar a Justiça e suas investigações (vide o caso da mudança na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e os embates com o Supremo Tribunal Federal). 

Ainda na ordem objetiva, o Brasil mudou muito nestes 1.314 dias que separam as datas das duas visitas: em abril de 2018 a gasolina (preço médio) era de R$ 4,34 e o dólar estava na casa dos R$ 3,30. Atualmente o cenário é bem diferente: o preço médio da gasolina é de R$ 6,36 e o dólar fechou outubro cotado em R$ 6,30 - aumentos de 46% e 90,90%, respectivamente.

É preciso dizer que, em certa medida, a Pandemia da Covid-19 também afetou os preços, assim como o óbvio processo de inflação galopante que corrói o poder de compra do brasileiro. 

Fato é: Bolsonaro não é mais o mesmo de 188 semanas atrás, quando visitou Ponta Grossa no primeiro dia de abril de 2018. O então pré-candidato se tornou presidente, decepcionou parte da sua base de apoiadores, aprofundou seus laços e compromissos com outra parte, seus militantes mais fiéis, e enfrentou (ou deixou de enfrentar) uma pandemia que já tirou a vida de mais de 600 mil brasileiros.

Aquele Bolsonaro que desfilou em carro aberto, "nos braços do povo", não existe mais. O presidente que visitará Ponta Grossa e outras cidades dos Campos Gerais vai se reunir com um público seleto, sob forte esquema de segurança e manifestações contrárias deverão ser coibidas ou pelo menos afastadas do caminho do presidente.

Após mais de três anos, é certo que Bolsonaro e a percepção pública sobre ele mudaram (e muito), cabe descobrir se o eleitor ponta-grossense, que o premiou com mais de 70% dos votos na eleição presidencial de 2018, também mudou ou continua o(a) mesmo(a). 

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