Grupo Dia de Arte conscientiza sobre violência doméstica com espetáculos
O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou” integra o projeto Mulher, Consciência e Ação; apresentações serão em março, em cinco cidades
Publicado: 06/03/2025, 16:44

O projeto Mulher, Consciência e Ação, produzido pelo Grupo Dia de Arte, chega a cinco cidades dos Campos Gerais este mês com o espetáculo “O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou”, drama solo escrito e interpretado pela atriz, diretora e dramaturga Michella França. A duração é de 40 minutos e a entrada é gratuita. A iniciativa é aprovada pela Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Paraná, com recursos da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura – Governo Federal.
As apresentações visam promover a conscientização e a prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher por meio da arte e da educação. O projeto realiza também atividades de sensibilização mediadas por profissionais especializadas no tema da violência de gênero.
ESPETÁCULO - O drama "O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou" aborda a violência doméstica contra a mulher em suas diversas expressões: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. O monólogo expõe realidades enfrentadas cotidianamente por mulheres, que sofrem com as estruturas machistas que se repetem e se reproduzem na sociedade. A peça também questiona a construção de papéis sociais que acabam naturalizados, tornando-se condutores do machismo e da violência.
Com linguagem contemporânea, o monólogo denuncia, informa e levanta a discussão sobre a violência contra a mulher. A peça é um drama dinâmico, criado a partir de relatos reais de mulheres que sofreram as diferentes formas da violência supracitadas. “O teatro como ferramenta social consegue chegar tão fundo, e de forma tão natural, que nós nos surpreendemos com tantas mulheres se reconhecendo em um relacionamento abusivo e buscando ajuda depois de assistir nossa apresentação”, relata a atriz protagonista Michella França.
A assistente social Bruna Woinorvski de Miranda e a advogada Bruna Lemr mediarão discussões com o público após as apresentações do espetáculo, promovendo uma ação sensibilizadora, que instiga o diálogo e a reflexão, ao mesmo tempo em que tiram dúvidas envolvendo a temática da violência doméstica e familiar contra a mulher.
“Do ponto de vista jurídico, explicamos o que é a Lei Maria da Penha, quais são as formas de violência, e damos exemplos práticos para que a mulher entenda se ela ou alguma conhecida está nessa situação, além das ações legais que pode tomar”, elabora a advogada Bruna Lemr. Segundo ela, o tema é complexo e exige demonstrações dinâmicas. “Uma peça teatral, uma palestra, uma apresentação de slides, um diálogo… todos esses meios são essenciais para que cada vez mais pessoas entendam a necessidade de combater a violência contra a mulher”, sustenta.
Já a assistente social Bruna Miranda explica que realizar uma peça teatral seguida de um diálogo com profissionais da área é um método de expandir a mensagem, para que chegue da maneira mais clara possível ao maior número de pessoas. “Em uma sala de aula com alunos de 15 a 17 anos, por exemplo, precisamos capturar a atenção e fazê-los refletir, a partir das cenas espetáculo e da interpretação que o grupo faz delas”, salienta. Ela ainda reforça que “através da análise do espetáculo buscamos traduzir o que a arte e a cultura trazem do mundo real”.
PROJETO - “Mulher, consciência e ação”, com a direção artística de Lázaro Albuquerque França, é realizado desde 2019 pelo Grupo de Teatro Dia de Arte, composto por David Dias e Michella França. O projeto nasceu da necessidade de falar sobre como a mulher se sente após viver um relacionamento abusivo e de que formas pode vencer esse ciclo. “Mesmo retalhada enquanto presa na teia da violência, a mulher consegue se reconstruir através da ajuda de amigos e rede de apoio e aos poucos ter a sua vida de volta”, afirma Lázaro.
Ao todo serão realizadas dez apresentações do espetáculo: cinco em instituições públicas de ensino e dirigidas a alunos, professores e servidores, e outras cinco abertas ao público. Todas as apresentações são gratuitas.
Confira a agenda:
17/03 - Jaguariaíva 10:30 (IFPR)
20/03 - Palmeira 14:00 (Cine Teatro Municipal de Palmeira)
21/03 - Castro 14:00 (Auditório da Secretaria Municipal de Educação)
28/03 - Telêmaco Borba 19:30 (Teatro Maestro Sirinho – Casa da Cultura)
30/03 - Carambeí 17:00 (Comunidade Terapêutica Rainha da Paz)
Com informações de assessoria.