Debates
O que ganha o campo com o metaverso
Da Redação | 14 de setembro de 2022 - 00:39
Por Bianca Rugeri
Metaverso: uma
palavra de nove letras que caiu na boca do povo e ganhou o poder de resumir de
forma genérica como será a vida no futuro. Certamente não há equívoco nisso,
porém pouca gente sabe como ele será aplicado na prática, em diversos setores
da economia. É justamente esse mistério que eu gostaria de desvendar com este artigo.
Já existem algumas
iniciativas interessantes em operação que nos levam a compreender como o
metaverso cumprirá, em breve, seu papel de unir o mundo físico ao virtual. A
Nike, por exemplo, desenvolveu o universo Nikeland dentro do famoso jogo
Roblox, onde é possível comprar itens da marca para personalizar o seu
personagem e interagir com funcionários e usuários do jogo. A empresa também
anunciou a compra da Artifact Studios, especializada na criação de tênis e
artefatos digitais - tudo para melhorar a experiência dos seus consumidores
dentro de seu Metaverso e, também, alavancar as vendas de seus produtos.
Movimentações desse
tipo dão uma ideia do potencial desse mundo digital e também nos levam a
refletir sobre como o metaverso vai transformar radicalmente a forma como
pensamos e fazemos negócios. No Agro, não será diferente.
São muitas as
parcerias que poderão unir virtual e o físico, também conhecido como meio phygital.
Será possível, por exemplo, comprar online um produto para a lavoura e pegá-lo
com desconto na loja física; ou ainda arrendar uma propriedade e receber os
lucros em moeda tradicional. Todas estas experiências enriquecem o metaverso e
tornam ainda mais mensurável seu caráter inovador. Inclusive, é um mito a ideia
de que ter algo no Metaverso significa viver 24 horas em um mundo virtual.
Imagine ter a
oportunidade de realizar uma imersão para conhecer máquinas, testar sua
performance e perceber como sua tecnologia impacta na produção de sua
propriedade rural - mesmo que esta máquina só esteja disponível em outros
países. Simples, não? No mundo físico, experimentar essa inovação demandaria
tempo, dinheiro e tudo isso tornaria muito mais complicada a decisão de fazer
ou não o investimento. O metaverso veio para simplificar, colocando inovações e
tendências muito mais próximas da realidade do produtor.
A abertura de
mercado será significativa, afinal são inúmeras as possibilidades de interações
com empresas de todos os países do mundo e de muitos segmentos. Se a forma
tradicional de pesquisar e conhecer novas práticas não se apresenta tão
acessível, com o metaverso a tendência é justamente o contrário: a bandeja das
inovações estará servida e ao acesso de todos. O potencial de conexão entre os
agentes é enorme. Será possível comprar desde fertilizantes até animais e
propriedades, graças ao espaço crescente para a comercialização dos NFTs.
Aliás, os NFTs
trouxeram segurança para as operações realizadas no ambiente virtual, uma vez
que são garantidos pela criptografia. Sendo assim, o NFT funciona como um
certificado digital de autenticidade, protegendo direitos de pessoas que
compram e vendem bens únicos e exclusivos. Por isso eles se tornaram uma
espécie de bem colecionável, que ganha cada vez mais espaço entre artistas,
desenvolvedores de games e outros profissionais que lidam com trabalhos
autorais. Dá para perceber que, dentro do metaverso, é possível ser bem
sucedido em qualquer negócio.
A qualificação profissional
também é um ponto alto. Da mesma forma que as empresas poderão buscar
iniciativas inovadoras para se inspirar e ter livre acesso a ofertas de
empresas do mundo todo, os profissionais também poderão buscar conhecimento
mais facilmente em instituições, fazer cursos complementares e, enfim,
aperfeiçoar-se. Pode ser impressionante, mas isso não diz respeito a um futuro
de longo prazo. Diz respeito a algo que já está acontecendo. Em poucos meses,
tais iniciativas serão o mundo real.
O campo só tem a ganhar. Ouso dizer que é um dos setores que mais devem evoluir com toda essa tecnologia. E, por fim, as empresas que souberem aproveitar o momento, sairão na frente.
*Bianca Rugeri é
fundadora da Culte.