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Mãe que jogou filha de hotel entrou em depressão após suposto abuso das filhas

O caso foi denunciado à Polícia Militar em 2020, quando as meninas tinham 1 e 8 anos

Caso foi registrado em hotel na rua Espírito Santo, no Centro de BH
Caso foi registrado em hotel na rua Espírito Santo, no Centro de BH -

Publicado Por Milena Batista

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A mulher de 32 anos que jogou a filha do 10º andar de um hotel no centro de Belo Horizonte e depois pulou do mesmo quarto apresentava sinais de depressão há anos e chegou a falar em suicídio diversas vezes, conforme relatos de familiares. A polícia ainda investiga as condições da tragédia ocorrida, mas o adoecimento mental da mulher teria iniciado após as filhas supostamente terem sido vítimas de abuso sexual. A situação foi relatada em boletim de ocorrência em 2020 e relatada por familiares durante o sepultamento das duas, que ocorre nesta terça-feira (2).    

O suposto abuso foi descoberto pela família e denunciado à Polícia Militar em 2020, quando as meninas tinham 1 e 8 anos. A violência teria sido cometida por um adolescente de 14 anos, sem grau de parentesco com as vítimas.    

Segundo a ocorrência obtida pela reportagem, a mãe notou vermelhidão nas partes íntimas do bebê de 1 ano e perguntou à filha de 8 anos se alguém estaria tocando em partes proibidas do corpo delas, o que foi negado em um primeiro momento. Um dia depois, a irmã mais velha desabafou e disse que ela e a irmã eram abusadas pelo adolescente, o que teria ocorrido em vários dias.

Desde então, a mãe das meninas passou a apresentar comportamento depressivo e, por algumas vezes, entrar em surto na companhia de familiares em espaços públicos. Ela tomava remédios controlados, mas teria parado o tratamento por conta própria há mais de um ano. Familiares afirmam que a mulher se sentia culpada pelo suposto abuso sofrido pelas filhas.  

Durante o enterro das vítimas nesta terça-feira, uma familiar confirmou a informação a O TEMPO. "Com certeza foi esse abuso que fez ela ficar assim", disse. A reportagem procurou a Polícia Civil para ter mais informações sobre as investigações e aguarda resposta.

O CASO

A mulher de 32 anos que jogou a própria filha de 6 anos e depois pulou do 10º andar de um hotel de Belo Horizonte se despediu da filha mais velha, de 13 anos, que também estava no quarto, nessa segunda-feira (1º). Antes, a mulher deu três opções para a adolescente, que não aceitou se matar. “Já que você decidiu ficar, primeiro eu vou jogar sua irmã, depois eu me jogo. Um beijo, te amo”, disse a mãe à garota.

A PM foi acionada por volta das 15h20 após hóspedes acionarem a recepção dizendo ter visto uma criança cair sobre a marquise do prédio, seguida pela queda de uma mulher que atingiu a rua. Quando chegaram à rua Espírito Santo, os militares encontraram equipes do SAMU e do Corpo de Bombeiros já no local. As duas vítimas tiveram morte constatada pela médica do SAMU ainda na cena.

A adolescente de 13 anos, muito abalada e amparada por funcionários do hotel, explicou aos policiais que a mãe decidiu se hospedar no local na noite anterior, após um desentendimento com o companheiro. No quarto, ainda no domingo (30), a mulher apresentou à filha três “alternativas”: que as três tirassem a própria vida ingerindo remédios, que a adolescente fosse morar com a avó, ou que recebesse passagem para viver com o pai biológico no Espírito Santo.

A adolescente recusou várias vezes a possibilidade de autoextermínio. Ela contou que a mãe então afirmou que a irmã mais nova “não teria escolha” por ser pequena. Em seguida, segundo a adolescente, a mulher tentou fazer com que ela tomasse medicamentos, mas ela não aceitou. A mãe, porém, deu grande quantidade de remédios à criança de 6 anos, que ficou sonolenta, apática e com redução de consciência.

Logo depois, veio a frase que antecedeu o crime. A adolescente viu a mãe jogar a irmã pela janela. Em choque, saiu correndo pelo hotel pedindo ajuda e não presenciou o momento exato em que a mãe também se lançou do 10º andar.

COMPANHEIRO RELATA HISTÓRICO DE DEPRESSÃO

O companheiro da mulher, um homem de 51 anos, foi ao local após ser avisado por familiares. Ele relatou à polícia que o casal esteve em um bar na noite anterior, onde discutiram por motivos banais. Segundo ele, a mulher não quis acompanhá-lo de volta para casa e permaneceu com as filhas. Como ela não retornou durante a madrugada, ele imaginou que ela tivesse ido dormir na casa da mãe. O homem afirmou ainda que a companheira sofria de depressão e, por diversas vezes, havia mencionado tirar a própria vida.

Peritos da Polícia Civil fizeram os levantamentos técnicos no 10º andar e no local das quedas. A investigação preliminar foi iniciada pela equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que acompanhou os trabalhos. Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal da Gameleira. A filha adolescente, que não sofreu ferimentos, ficou sob os cuidados da avó materna.

Informações: O TEMPO

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