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Reforma da Previdência impactará na economia da região

Caso a reforma seja aprovada, o fato de postergar a aposentadoria e reduzir o valor pago reduzirá os recursos circulantes

 Levantamento do impacto da Previdência no Estado do Paraná foi feita pelo Dieese
Levantamento do impacto da Previdência no Estado do Paraná foi feita pelo Dieese -

Fernando Rogala

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Caso a reforma seja aprovada, o fato de postergar a aposentadoria e reduzir o valor pago reduzirá os recursos circulantes

A proposta da reforma da previdência irá impactar negativamente na economia dos municípios da região dos Campos Gerais. Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que hoje a Previdência injeta cerca de R$ 2,4 bilhões de forma direta, por ano, nos 27 municípios dos Campos Gerais. Esse valor representa mais de 6,5% do PIB regional. “Impacta de forma negativa porque cerca de 15% da população recebe pela Previdência. E a proposta da nova reforma posterga a aposentadoria e reduz o valor pago”, resume Sandro Silva Economista e Supervisor Técnico do Dieese. 

Como explica Sandro, a conta é óbvia. Se as pessoas receberem menos e demorarem mais tempo para receber, menos recursos irão circular nas economias municipais. “Na nossa avaliação, a reforma não gera crescimento econômico e penaliza a os trabalhadores de forma geral, inclusive a população mais pobre. E reflete até no setor empresarial, porque se não tem emprego, não tem a garantia da aposentadoria. Menos recursos que circula na economia, impactam principalmente nas medias pequenas empresas”, destaca o economista. Assim, esse impacto será maior diretamente no comércio, onde, com a redução nas vendas, poderá resultar em diminuição do emprego. 

Na avaliação de Sandro, há outros pontos que devem ser avaliados, e questiona algumas ações do Governo Federal. “O governo fala que precisa aprovar a reforma para resolver a questão fiscal, aumentar investimentos e fazer a economia crescer. Mas não é bem assim, nada garante que vai haver geração de emprego e crescimento econômico. Pelo contrário, coloca em risco a economia, especialmente dos pequenos municípios que dependem mais da previdência; é como a reforma trabalhista, que foi aprovada sob a alegação de gerar emprego, mas ocorreu o inverso, gerou emprego informal”, diz. 

Sandro questiona também a Desvinculação de Receitas da União (a ‘DRU’, que permite ao Governo Federal usar livremente 20% de todos os tributos recolhidos) e a renúncia fiscal estimada de R$ 142 bilhões que o governo deixou de receber por dar benefícios ao setor empresarial. “Há as dívidas de diversas empresas que o governo não cobra. E na semana passada deu benefício a ruralistas, perdoando dívidas, o que é contraditório: ataca de um lado mas não ataca do outro”, conclui.

Mais de 20% de alguns municípios recebe do INSS

Nos Campos Gerais em específico, há alguns municípios onde os valores pago pela presidência tem grande representatividade, como por exemplo Prudentópolis. Lá, dos 51,9 mil habitantes, 11 mil recebem pela previdência, o que representa 21,3% da população. Os quase R$ 140 milhões pagos pela previdência anualmente aos moradores do município equivalem a 12,5% do PIB municipal, de R$ 1,11 bilhão. Os números são de 2018, exceto o PIB, do último levantamento do IBGE, de 2016. Ponta Grossa, por exemplo, recebe um impacto de quase R$ 1 bilhão anual com a Previdência: em 2018 foram R$ 923,4 milhões pagos a 52,6 mil beneficiados. “No caso de Ponta Grossa, nessa avaliação que entra só o INSS, e não os regimes gerais da Prefeitura e Estado, representa mais de 14 vezes o Fundo de Participação que município recebeu do Governo Federal (R$ 64.4 milhões)”.

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