‘Minha Mãe é uma Peça 2’

“Família quando não se reúne para falar mal da família é o fim. É fim do fim”. O filme ‘Minha Mãe é uma Peça 2’, dirigido por César Rodrigues, mal começa e a protagonista aparece defendendo essa ideia e arrancando risos da plateia. Isso é Dona Hermínia sendo Dona Hermínia. Ou melhor, isso é Paulo Gustavo sendo Dona Hermínia, com seu talento característico para a personagem já tão conhecida do teatro, do cinema e, sobretudo, da TV. 

Desbocada, exagerada, ousada, sincera demais, ciumenta, com dificuldade para ver que os filhos não são mais crianças, adepta de chantagens emocionais, falante, verborrágica, praticamente uma metralhadora de palavras. Dona Hermínia é uma personagem que consegue reunir comportamentos presentes, se não em todas, certamente na grande maioria das mães. E como é difícil um espectador não ter tido uma experiência de relacionamento materno e nem torcer o nariz para comédias, a identificação com a criação de Paulo Gustavo (claramente inspirada em sua própria mãe) acaba sendo.

Texto de Tiago Luiz Bubniak.