Dom Evandro é nomeado bispo da Diocese de Campo Mourão
Cerimônia na Catedral Sant'Ana une tradição e emoção na nomeação do novo bispo
Publicado: 07/07/2025, 15:37

O coração de toda a Diocese de Ponta Grossa batia em uníssono naquele sábado, 5 de julho, enquanto os fiéis, padres e religiosos se reuniam na Catedral Sant'Ana para um momento único, ver um dos seus ser elevado ao episcopado. Dom Evandro Luis Braun ajoelhou-se diante da história. Ali, diante de três bispos que haviam sido seus mentores, guias e agora irmãos na fé, ele receberia o mesmo gesto dos sucessores dos apóstolos há dois milênios: a imposição das mãos. Dom Bruno Elizeu Versari, Dom Sergio Arthur Braschi, Dom Francisco Carlos Bach e os outros 26 arce/bispos presentes agora o consagravam como sétimo bispo da Diocese de Campo Mourão em uma cerimônia que era, ao mesmo tempo, despedida e novo começo.

"Estou aqui para dizer o meu sim a essa missão que Deus me confia através da sua igreja, agora para viver como bispo, servindo ainda com maior totalidade e plenitude esta igreja tão querida", declarou Dom Evandro momentos antes da ordenação. Sua nomeação pelo Papa Francisco, anunciada em 9 de abril, seguira o discreto ritual da Igreja, consultas sigilosas à Nunciatura, avaliação de décadas de trabalho pastoral e, por fim, o chamado que, como um raio de sol inesperado, iluminou seu caminho.
A voz de Dom Bruno ecoou sob a cúpula da Catedral como um testemunho e um desafio. "A sua escolha para o ministério episcopal é fruto de tudo o que você foi e fez em sua vida. Continue sendo uma pessoa acolhedora, amável, próxima e atenta aos que estão ao seu lado". Era o reconhecimento de uma trajetória que começara em 2002, quando Dom Evandro vestira pela primeira vez a estola sacerdotal, e que agora o levava a trocar Ponta Grossa por Campo Mourão.
Nos bancos da igreja, entre os fiéis, um casal enxugava as lágrimas com as pontas dos dedos. Genito Antônio Braun e Suely Maria Braun, pais do novo bispo, viam o filho "tão novo", como repetiam, subir os degraus do episcopado. "No dia da notícia foi uma emoção muito grande. Ninguém esperava", confessou Suely, cujo silêncio ao final da cerimônia falava mais que palavras. Genito, por sua vez, lembrava o sacerdote que sempre soubera reconhecer no filho: "Ele amava o povo de Ponta Grossa, tinha uma paixão, dizia ‘o povo me ajuda’".
Dom Francisco Carlos Bach, arcebispo de Joinville, que conhecera Dom Evandro ainda de batina branca de seminarista, resumia o sentimento daquela tarde. "Sem dúvida, é sempre um momento muito alegre e feliz na vida nossa, principalmente quando percebemos que no passado pudemos ser um professor. É um dia de festa, é um dia de alegria". Era também um marco para Dom Sergio Arthur Braschi, bispo emérito que por 21 anos acompanhara o agora bispo, justamente no centenário da Diocese de Ponta Grossa, como se a história tecesse seus fios com precisão divina.
Quando a última bênção foi dada, os diocesanos de Ponta Grossa guardaram no peito a certeza de um legado. "Os paroquianos da Santa Rita foram ótimos para ele, foram muito generosos. Ele amava a paróquia lá e eu acho que ele deixou um legado bom para a Santa Rita", disse Suely, referindo-se à paróquia onde o filho esteve como pároco nos últimos cinco anos. Dom Evandro parte em breve para Campo Mourão, a celebração de posse está marcada para dia 3 de agosto, às 15 horas, na Catedral São José.
Com informações da assessoria de imprensa.