Rapaz acreditava que não seria responsabilizado por publicações na internet
A informação foi repassada pelo delegado da Polícia Civil, Derick Moura Jorge, em entrevista ao Portal aRede; perfil do rapaz era falso
Publicado: 08/05/2025, 11:58

O delegado da Polícia Civil, Derick Moura Jorge, deu mais detalhes ao Portal aRede sobre o caso de nazismo e planejamento de ataque em massa registrado em Ponta Grossa. O jovem de 21 anos foi preso em flagrante nesta quinta-feira (8), na região do bairro Uvaranas.
Conforme o delegado, o rapaz não apresenta passagens pela polícia e não teria outras pessoas envolvidas na situação. "Pelo que a gente identificou é um ato isolado dele, onde ele mesmo fez as publicações. Não há nenhum indício, a princípio, de que tinha alguma pessoa auxiliando". Ele ainda comentou que o aparelho celular e o computador do jovem foram apreendidos, para que, caso existam outras pessoas envolvidas, elas sejam identificadas.
A prisão ocorreu na residência do rapaz, que mora com os pais. No entanto, segundo Derick, o jovem não especificou se planejava realizar o ataque em Ponta Grossa ou em outra cidade da região. "Ele colocou na internet, nas publicações, que queria cometer um atentado em massa, sem identificar exatamente o local. Seria um atentado em massa, pela publicação, com várias vítimas, mas na sequência ele cometeria suicídio", contou o delegado.
O oficial relatou que o perfil usado pelo rapaz possuia uma foto falsa e um nome falso. "Não tinha nada que identificasse quem era o autor. A partir de algumas diligências que a gente conseguiu identificar de onde estavam vindo as informações e aí cumprir as buscas". Derick também informou que o rapaz alegou aos agentes ter feito as publicações por acreditar que na internet dava para você publicar o que quisesse e não teria nenhuma responsabilidade.
Veja a entrevista no Portal aRede:
SOBRE - A operação resultou na prisão em flagrante de um jovem de 21 anos pelo crime de apologia ao nazismo, previsto na Lei nº 7.716/89, com pena de até 5 anos de reclusão, bem como pelo crime de posse irregular de munição, previsto na Lei nº 10.826/03, com pena de até 3 anos de detenção. O material apreendido evidencia a explícita promoção de ideologia nazista e culto a figuras como Adolf Hitler, além de admiração por autores de atentados em massa, configurando grave violação à legislação brasileira que criminaliza a divulgação do nazismo.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos:
Diversos itens relacionados a ideologias nazistas, incluindo bandeiras e desenhos
2 armas de airsoft
Múltiplas facas
2 coletes balísticos
Munições
Material fotográfico com imagens de Adolf Hitler
Equipamentos eletrônicos diversos
A investigação iniciou após o trabalho conjunto do 02º Distrito Policial de Ponta Grossa, do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (NUCIBER) e de unidades de inteligência da Polícia Civil, que identificaram e monitoraram publicações de extrema gravidade em plataformas digitais. Nas postagens, o suspeito utilizava símbolos nazistas, exaltava autores de atentados terroristas internacionais como "santos", mencionava possuir armas de fogo e indicava claramente estar em fase avançada de planejamento de um ataque em massa.
Os investigadores identificaram que o suspeito havia adquirido equipamentos semelhantes aos utilizados pelo terrorista da Nova Zelândia, incluindo uma câmera GoPro que seria utilizada para transmissão do ataque ao vivo. Em publicação recente, o indivíduo fez menção ao seu próprio suicídio, padrão comportamental típico de autores de atentados em massa, o que elevou o nível de alerta das autoridades quanto à iminência da ação.
O preso foi encaminhado à cadeia pública local, onde permanece à disposição do Poder Judiciário. A Polícia Civil segue com as investigações para apurar a possível participação de outras pessoas e o real alcance dos planos do suspeito.
O Departamento de Polícia Civil do Paraná reafirma seu compromisso com a segurança da população e destaca a importância da atuação preventiva e da inteligência policial para identificar ameaças e evitar tragédias. A operação realizada hoje demonstra a eficácia do monitoramento de atividades extremistas em ambientes digitais e a rápida resposta das autoridades frente a ameaças reais.
Com informações das assessorias