Apesar da falta d’água, PG teve chuvas acima da média neste ano
Acumulado de chuva registrado desde o início deste ano se aproxima dos 250 milímetros
Publicado: 17/02/2025, 17:56

Moradores de diferentes regiões de Ponta Grossa enfrentam, há pelo menos cinco dias, falta d'água em suas residências. A Sanepar alega que os reservatórios estão em nível crítico por conta do alto consumo e das altas temperaturas registradas na última semana. No entanto, a reportagem do Portal aRede confirmou junto ao Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) que já choveu mais de 50% do esperado para fevereiro na cidade.
De acordo com a estação meteorológica instalada no município, entre os dias 1º e 16 de fevereiro, o acumulado contabilizado em Ponta Grossa foi de 77,4 milímetros. O valor é três vezes maior que a precipitação registrada na cidade no mesmo período do ano passado, 25,8 mm.
Quando se considera a chuva de janeiro, o acumulado registrado ultrapassou a média histórica para o mês, que é de 159 mm. Em 31 dias, a entidade contabilizou 173 mm em Ponta Grossa. Ou seja, desde o início de 2025, já choveu quase 250 milímetros na cidade.
A reportagem questionou a Sanepar se há um volume de chuva ideal para manter os reservatórios do município em um nível seguro. Em resposta, a Companhia disse que as interrupções no abastecimento não estão relacionadas ao volume de precipitação, mas sim ao nível dos reservatórios de água tratada. A nota explica que Ponta Grossa possui cinco centros de reservação que, juntos, armazenam 36 milhões de litros de água tratada. As estruturas são responsáveis por armazenar a água antes da distribuição aos consumidores e manter o equilíbrio entre a produção e a demanda.
"O que ocorre é que, nos momentos de grande consumo, estes reservatórios baixam rapidamente, o que exige manobras operacionais de diminuição temporária de pressão em alguns setores da cidade, levando em conta o “caminho” que a água faz, desde a sua captação, na forma in natura, percorrendo as adutoras para chegar até a estação de tratamento, e da estação de tratamento para os reservatórios e redes de distribuição, de onde finalmente chega até o ponto de entrega do cliente", aponta a nota.
O Portal aRede ainda perguntou se outros municípios que também tiveram altas temperaturas enfrentam problemas de abastecimento. A Companhia afirmou que a dificuldade, em alguns momentos, atinge diferentes regiões do Paraná em função do calor acentuado, mas não informou quais cidades.
Por fim, a reportagem também questionou se a falta d'água em Ponta Grossa estaria associada a um possível problema de captação. A Sanepar respondeu que não há nenhum registro recente de intercorrência em seus sistemas de captação.