Delegada detalha caso de trabalho análogo a escravidão em PG | aRede
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Delegada detalha caso de trabalho análogo a escravidão em PG

Ana Paula Cunha Carvalho destaca que a vítima trabalhou por 25 dias sem intervalo para descanso

O pai das crianças deverá responder pelo crime de cárcere privado e trabalho análogo à escravidão
O pai das crianças deverá responder pelo crime de cárcere privado e trabalho análogo à escravidão -

Carlos Eduardo Mendes

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A delegada do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) da Polícia Civil, Ana Paula Cunha Carvalho, destacou os detalhes da operação policial que resgatou uma mulher, de 51 anos, em situação análoga a escravidão. A situação aconteceu na tarde da última quinta-feira (23). A vítima era mantida em cárcere privado e foi obrigada a cuidar de cinco crianças, entre 3 e 16 anos, por mais de 25 dias sem folga ou descanso. O caso foi descoberto após uma denúncia anônima.

Ana Paula destaca que a equipe do Nucria foi acompanhada do Conselho Tutelar até o local da denúncia. Ela diz que a equipe ficou surpresa ao se deparar com a situação. A delegada relata que a mulher havia sido contratada para cuidar das crianças pelo próprio pai delas. O período do acordo estabelecido entre o responsável e a cuidadora seria de 10 dias. No entanto, o homem, que teria dito estar em uma viagem de trabalho, não retornou e a deixou sozinha com as crianças por mais de 25 dias. Durante esse tempo, a mulher era impedida de sair do local e foi ameaçada pelo pai das crianças de responder pelo crime de abandono de incapaz caso deixasse as crianças sozinhas.

"Ela nos relatou que estava há 25 dias trabalhando por 24 horas [...] Por esta razão, entendemos pela configuração de trabalho análogo a escravidão", disse Ana Paula. A delegada conta que a vítima trabalhou todo este período em troca de comida. "Era isso (comida) que ela recebia, assim como as crianças. Eles (vítimas) relatam que a comida efetivamente não era um problema", relata.

A delegada revelou ainda que durante o período de 25 dias, a cuidadora não voltou para a casa e não teve nenhum tipo de descanso. "Visando o bem-estar destas crianças, o Conselho Tutelar optou por fazer o acolhimento destas crianças até uma decisão posterior de entrega delas para um representante legal", disse Ana Paula.

"O autor se encontra em São Paulo e, por tanto, não foi autuado em flagrante aquele momento, mas responderá pelo crime de reduzir uma pessoa a uma condição análoga de escravo, que preve uma pena de dois a oito anos de detenção", finalizou a delegada.

Confira o relato da delegada Ana Paula Cunha Carvalho:

VÍDEO
Delegada do Nucria detalha a situação | Autor: Divulgação.
  
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