CMEI de PG tem projeto para dar voz às crianças nas escolas
O objetivo é valorizar a participação da criança, no diálogo e na tomada de decisões compartilhadas com adultos no contexto escolar
Publicado: 29/04/2024, 11:14
A diretora Letícia Macedo Cabral, do CMEI Professora Elisiane Do Rocio Hilgemberg Manys, de Ponta Grossa, instituiu na escola o Conselho Participativo Infantil (Copin), um projeto de gestão que tem como objetivo valorizar a participação da criança, no diálogo e na tomada de decisões compartilhadas com adultos no contexto escolar.
Segundo Letícia, a cada ano são escolhidas lideranças infantis para representar as turmas nas discussões, em conjunto com o Conselho Escolar. "Dessa forma, incentivamos o pensamento coletivo na qualidade da educação, além das diferentes metodologias para o ensino e para a aprendizagem da Educação Infantil", comenta.
A diretora compartilhou ao Portal aRede que na última terça-feira (23), foi organizado um momento com os pais dos alunos. "Tivemos um momento especial para reaproximar as famílias, fazendo com que as crianças ajudem a pensar nos tempos, espaços e contextos do CMEI, através de uma perspectiva infantil", diz.
Para Letícia a escola é um espaço de oportunidades, e antes de pensar em construir uma educação democrática e humanizadora, é preciso ter um olhar na infância. "Com o projeto de gestão: Copin, espero que os gestores e o coletivo de profissionais deem aos mãos, para que juntos possamos pensar na gestão da escola incluindo o olhar infantil”.
O projeto envolve crianças de 4 a 5 anos e compromete todos os profissionais do CMEI. A diretora conta que João Guilherme, de apenas 5 anos, é uma das lideranças infantis do Copin, e sempre pergunta se haverá conselho, pois gosta muito de ajudar no projeto.
A proposta chamou a atenção dos profissionais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Letícia revelou que a professora Gisele Brandelero Camargo, da UEPG, é responsável por uma pesquisa inspirada no Copin: "A pesquisa tem o objetivo de analisar a participação da criança, nos processos de tomada de decisões, em instituições de ensino de Ponta Grossa. Ambas ações buscam promover o protagonismo das crianças no cenário social, de forma democrática, pela legitimação de suas vozes, verbais e não verbais", explica Gisele.
DEPOIMENTOS - Para a pedagoga do CMEI, Nádia de Oliveira, o projeto possui um olhar atento à criança. "É de muita importância envolver as crianças nas decisões do dia a dia, tanto na escola, quanto em suas casas. Neste contexto, o CMEI Elisiane iniciou o processo de formação destes alunos com direitos e deveres dentro do espaço escolar". Ela fala que, a partir das ações foi possível perceber o quanto os alunos enriquecem os momentos de discussão dentro da unidade.
Já para Fábio Silva, presidente da Associação de Moradores do Rio Verde, no núcleo Pitangui, o projeto faz com que os pequenos aprendam desde cedo sobre a democracia. "A proposta é uma estratégia participativa que permite que as crianças exerçam a cidadania e façam parte das decisões no CMEI. Isso reflete no processo de aprendizagem, uma vez que a criança se sente capaz, porquê foi ouvida”.
Algumas professoras do CMEI relataram que o Copin provocou uma enorme reflexão. "Nos despertou memórias das vezes que, quando criança, fomos silenciadas. Como professoras, percebemos que temos o poder e a responsabilidade de oferecer às crianças o que nos foi negado: voz e autonomia. Com o projeto, a sala de aula se torna um espaço sagrado onde as vozes dos pequenos são ouvidas, valorizadas, respeitadas e legitimadas", Caroline, Cristiane, Gabriele e Vanessa, professoras da pré-escola.
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Sob supervisão de Mario Martins