Maltaria Campos Gerais inicia testes de produção em novembro
Obras em Ponta Grossa contam com mais de 1,2 mil trabalhadores e projeto está 75% concluído. Investimento é de R$ 1,6 bilhão, em unidade que produzirá 240 toneladas de malte por ano
Publicado: 09/10/2023, 19:19
Dentro de algumas semanas, a Maltaria Campos Gerais, construída em Ponta Grossa por um consórcio de cooperativas, estará acionando os maquinários para o processamento dos primeiros lotes de cevada, para ser transformada em malte para a indústria cervejeira. A meta é iniciar os testes (comissionamento) e o início da produção ainda neste ano, no último bimestre. O empreendimento está em obras, em um terreno com quase 400 mil metros quadrados localizado às margens da PR-151, ao lado da Unidade de Beneficiamento de Leite da Unium e em frente à fábrica da DAF.
De acordo com informações reveladas pela assessoria de imprensa, até o início de outubro, 75% das obras dessa primeira fase da maltaria estão concluídas. E a construção civil está em plena atividade, com 1.250 pessoas trabalhando simultaneamente na obra, nos mais diferentes setores exigidos pelo avançar das construções. As obras foram iniciadas no primeiro trimestre do ano passado, com um orçamento de R$ 1,6 bilhão previsto para ser executado nessa primeira fase de investimentos. O projeto completo ainda prevê uma segunda fase, a ser implantada até 2032, com investimentos próximos aos executados nessa primeira fase, totalizando R$ 3 bilhões aplicados na cidade.
Caso não haja nenhum imprevisto e tudo ocorra dentro dos conformes, os primeiros testes da maltaria serão iniciados no próximo mês. “A previsão é que em novembro comecem os testes da unidade industrial, com a recepção de cevada”, informou a assessoria de imprensa, em nota, ao Grupo aRede. As atividades de fabricação de malte começarão ainda neste ano, entrando em 2024 com as máquinas já em funcionamento.
Informações do licenciamento ambiental apontam que o processamento de cevada na unidade poderá ser de quase mil toneladas por dia – desse volume de matéria-prima resulta em uma produção cerca de 20% inferior, de quase 800 toneladas diárias de malte. Dados revelados pelas cooperativas informam que a maltaria estará apta para produzir um total de 240 mil toneladas de malte por ano, volume que corresponde a cerca de 15% da demanda do mercado nacional atualmente. Entre as cervejarias que serão beneficiadas pela construção da maltaria está a Heineken, que possui fábrica em Ponta Grossa e passou por recentes ampliações, com um contrato de fornecimento de malte de cevada fechado pelos próximos 10 anos.
O projeto é executado pelas cooperativas Agrária, Frísia, Capal, Castrolanda, Bom Jesus e Coopagrícola. Com a unidade em plena operação, ela irá gerar 3 mil vagas de emprego diretas e indiretas, gerando benefícios a 12 mil cooperados no Paraná e em São Paulo, segundo dados revelados pelas cooperativas.
Plantio de cevada é incentivado
Frente à demanda pela cevada que precisará ser produzida para suprir a produção da unidade, há um movimento de ampliação da área plantada desse cultivar na região dos Campos Gerais. Neste ano, por exemplo, a área total nos Campos Gerais (regional de Ponta Grossa do Deral) foi ampliada em 8%, para 31,5 mil hectares, que resultou em uma produção recorde de 132,5 mil toneladas – o valor mais alto anterior era da safra 2022, com 105,9 mil toneladas. Para isso, as cooperativas realizam o incentivo do plantio da cevada. A Capal, por exemplo, teve uma área plantada de 11,3 mil hectares, o que representa o dobro se comparado à safra de inverno de 2022. A expectativa é crescer em área a cada ano, para atender a demanda para a indústria.