Ex-esposa de professor morto em PG é condenada a 21 anos de prisão
Patrícia Bruning Manchenho foi considerada culpada pela morte do professor Lucas Ferreira de Oliveira
Publicado: 15/06/2023, 17:42
Em julgamento realizado nesta quinta-feira (15), no Fórum de Ponta Grossa, o Tribunal do Júri considerou Patrícia Bruning Manchenho culpada pela morte do professor Lucas Ferreira de Oliveira, e a condenou a 21 anos de prisão em regime fechado. Ela respondia em liberdade ao processo. No ano passado a Justiça já havia julgado e condenado Emerson Ferreira (32 anos) e Márcio Rodrigues (23 anos de prisão), que foram contratados pela mulher para cometer o crime.
Segundo as investigações policiais, Lucas Ferreira de Oliveira desapareceu no dia 15 de dezembro de 2019, quando saiu de São Paulo (onde morava), e veio para Ponta Grossa para visitar o filho que tinha com Patrícia, e foi vítima de uma emboscada. O corpo de Lucas foi encontrado dias depois em uma região de mata nas proximidades do Santa Tereza em Ponta Grossa.
Conforme o Ministério Público, Patrícia cometeu homicídio duplamente qualificado por pagar a execução do crime e por impossibilitar a defesa da vítima. O advogado dela, Davi de Paula Quadros, não informou se recorrerá da decisão. O julgamento começou às 8h da manhã e terminou por volta das 15h.
Família
Vinícius de Oliveira, irmão do professor Lucas Ferreira de Oliveira, clama por justiça. Em entrevista ao repórter Marcio Lopes, do Portal aRede, em dezembro do ano passado, Vinicius de Oliveira mostrou sua indignação e seu desejo de ver Patrícia Manchenho, a ex-esposa de Lucas Ferreira de Oliveira, presa, assim como os possíveis comparsas pelo desaparecimento do professor. “Ela é assassina. Matou meu irmão”, resume. “Ele foi emboscado na frente da casa dela, foi amarrado e morto. Ela confessou para a polícia”, reforça. Patrícia teve a prisão provisória decretada no final da tarde desta sexta-feira (20) pela justiça.
Ele explica que Lucas veio para Ponta Grossa para ver o filho de cinco anos que tinha com Patrícia. Ele ficaria com o filho no sábado e no domingo, e voltaria novamente para São Paulo no mesmo dia 15, deixando o filho em Ponta Grossa, com a mãe. “Ele foi levar um presente de Natal para a criança. Agora, acabou o Natal para sempre, não só meu, mas da minha família. Infelizmente, não tenho pai e não tenho mãe, porque morreram cedo, e agora um monstro desse mata meu irmão”, acrescenta Vinicius.
Como explica Vinicius, Patrícia e Lucas foram casados por nove anos, até 2015, quando houve a separação. Depois dessa separação, Lucas foi à justiça. “Desde o começo ela dificultou de ver o filho. Não queria que ele visse. Depois, a juíza deu uma liminar que ele poderia tirar a criança de casa. Na primeira vez, ela saiu com a criança, viajou com a criança, tem até boletim de ocorrência. Tem também boletim de ocorrência de ameaça da família, dela lavrado aqui também”, completou o irmão da vítima.
O Tribunal do Júri de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, condenou a 21 anos, 10 meses e 15 dias de prisão uma mulher denunciada pelo Ministério Público do Paraná por homicídio qualificado, por ter sido mandante da morte do ex-marido, ocorrida em 2019. Ele foi morto no dia 15 de dezembro daquele ano, após ir a casa da ex para visitar o filho.
Conforme a denúncia, fundamentada em investigações da Polícia Civil, a vítima foi agredida por outros dois homens, pagos pela autora para executar o crime. Depois, foi colocada no porta-malas de um carro e levada para local distante da cidade, onde foi morta e pendurada por uma corda, dentro de um poço – o corpo foi encontrado uma semana depois. Após o homicídio, os dois homens ainda teriam furtado cartões bancários da vítima e realizado compras em um shopping popular da cidade, além de também terem sacado valores em espécie. Os dois foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná e já condenados, em junho de 2022, a penas de 32 e 23 anos de prisão.
Homicídio qualificado
Na sessão de julgamento, ocorrida nesta quinta-feira, 15 de junho, o Conselho de Sentença acolheu as teses sustentadas pela Promotoria de Justiça, que apontou a ocorrência do crime de homicídio com as qualificadoras do uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e mediante paga ou promessa de recompensa. Foi concedido à ré o direito de recorrer em liberdade, uma vez que ela respondeu à ação penal nessa condição. Foram aplicadas medidas cautelares diversas da prisão: ela está proibida de se ausentar da comarca sem autorização judicial e também deve comparecer em Juízo a cada dois meses.