PM e mulher de empresário vão a Júri Popular por tentativa de homicídio

A 2ª Vara Criminal de Ponta Grossa confirmou nesta quinta-feira (23) que o policial militar Herivelton dos Santos Martins, acusado de tentar matar o empresário Everton José Haas em dezembro do ano passado, será submetido a Júri Popular; o mesmo ocorre com a esposa de Everton, Michele Hartamann Hass, que teria 'revidado' os disparos do PM após ele invadir a residência da família no bairro Colônia Dona Luiza.

O Júri Popular foi confirmado após ampla argumentação realizada pela Promotoria de Justiça e o assistente de acusação Fernando Madureira, que destaca a importância da decisão e ressaltou que "o Poder Judiciário deu pronto atendimento a aplicação da Justiça neste caso bárbaro, praticado por um elemento covarde, que invadiu na calada da noite a residência para assassinar a vítima que estava indefesa”, disse o advogado.

Na decisão, o juiz determinou que Herivelton “deve permanecer preso por necessidade de preservação da integridade da vítima e o risco social da conduta do réu, do qual se esperava conduta proba e regular conforme o direito, diante do exercício de sua função”. Em relação a Michele, suspeita de ter um relacionamento extraconjugal com o PM, foi permitido que ela possa recorrer em liberdade.

Ainda ao longo da publicação, o magistrado destacou que a mulher de Everton apresentou "três versões distintas do mesmo fato, o que, no mínimo, retira a credibilidade de suas declarações. Note-se que aos policiais militares e ao delegado de Polícia, Michele relatou que a vítima Everton teria disparado primeiro contra Herivelton. Em seu segundo depoimento, perante a autoridade policial, Michele declarou que atirou em Herivelton antes que ele atirasse em Everton. Em juízo, contudo, declarou que atirou em Herivelton depois que ele atirou em Everton”, apontou a decisão.

O caso

De acordo com as investigações e os relatos policiais, Herivelton, por volta das 23h30 do dia 12 de dezembro de 2022, arrombou o portão da residência e atirou quatro vezes contra o empresário, que foi ferido no tórax e no antebraço; os disparos foram feitos uma pistola ponto 40. O motivo teria sido uma discussão ocorrida durante a tarde, em que a vítima acusou o denunciado de manter um relacionamento extraconjugal com sua esposa.

O PM foi detido e responderá por tentativa de homicídio com duas qualificadoras: por ter cometido o crime com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que os disparos foram efetuados a noite e  contra pessoa desarmada, e por motivo torpe, visto que tentou ceifar a vida da vítima como forma de 'acerto de contas'.