Doze anos de busca terminam com final feliz no interior de Palmeira
Uma segunda-feira chuvosa e fria, último dia de outono do ano, foi um cenário de reencontro caloroso, repleto de emoção, abraços e positividade, onde Irineu de Jesus Machinievicz estava à procura de seu irmão José Amilton Machinievicz que havia perdido o
Publicado: 21/06/2016, 16:30
Os irmãos Irineu de Jesus Machinievicz e José Amilton Machinievicz se reencontraram após 12 anos em Palmeira.
Uma segunda-feira chuvosa e fria, último dia de outono do ano, foi um cenário de reencontro caloroso, repleto de emoção, abraços e positividade, onde Irineu de Jesus Machinievicz estava à procura de seu irmão José Amilton Machinievicz que havia perdido o contato há exatamente 12 anos.
A história teve início quando Dirceu Macedo Leite procurou o Centro de Referência de Assistência Social de Palmeira (Creas), solicitando a segunda via dos documentos de José, que se encontrava adoentado. Dirceu é agricultor no interior do município e cedeu a José um lugar humilde para ficar e empregou o homem para que assim ele pudesse retirar seu sustento.
Segundo Dirceu o homem já idoso, trabalhava na região e ofertou mão de obra e auxilio em sua propriedade, que foi aceito, desde então, há aproximadamente dois anos reside no local. Doente José recorreu à única pessoa que poderia: o patrão, Dirceu.
Instigadas pela necessidade de conseguir encontrar algum familiar, desde maio de 2015, as assistentes sociais recolhiam informações e as checavam, na maioria das vezes sem sucesso. Foi quando uma pista começou a fazer sentido, uma prima que morava na capital e era cartorária. “Nem sempre o que José relatava era condizente com um contato ou informação real, quando íamos atrás era um contato sem sucesso. Foi quando encontramos a prima que nos ajudou e fez a história se encaixar”, conta Márcia Regina Wansovicz, assistente social envolvida na busca.
E foi desse modo que encontraram Irineu de Jesus Machinievicz, que acreditava que seu irmão – José Machinievicz - estivesse morto, buscando contato até mesmo em Mato Grosso e cidades fora do Paraná. “Busquei encontrar ele até mesmo no cemitério, mas foi em uma fotografia apresentada pela assistente social que eu tive convicção de que era meu querido irmão desaparecido”, conta Irineu.
O sumiço de José é caracterizado por sua constante mudança de locais de trabalho, sendo que trabalhava com corte de pinus elliottii, viajando por vários locais. O consumo de bebida alcoólica fez com que José perdesse uma parte da memória, não conseguindo retornar ou ter contato com os familiares.
O reencontro precisava ser breve, e em menos de um mês tudo foi organizado. O momento marcante aconteceu nesta segunda-feira (20), na localidade de Água Clara, 30 km do centro de Palmeira.
As estradas rurais pareciam não ter fim e aumentavam a ansiedade, cada parada acelerava ainda mais o coração de Irineu como se estivesse chegado ao destino final, deixando em evidência sua emoção e ansiedade no olhar.
Ao rever José chegando com o trator, não aguentou e deixou as lágrimas de felicidade caírem, com um expressivo “é ele gente!”, Irineu correu para o abraço que tanto esperava, sendo reconhecido por José, que tentando acalmar o irmão relatava estar tudo bem, enquanto se abraçavam.
Em meio ao encontro, a alegria tomava conta. Durante o café e aos papos que estavam sendo colocados em dia, Irineu demonstrou seu interesse de levar o irmão para a capital onde vive com a família. “Hoje não vou. Posso ir visitar vocês daqui uns dias fora da safra, mas do campo eu não saio”, afirmou José.