Caça Fantasma Brasil desvenda mistérios da Mansão Vila Hilda

O programa gravado pelos ‘Ghostbusters’ brasileiros já está disponível na web e questiona a fama de mal-assombrada da Mansão

Desvendando mistérios e ajudando famílias e pessoas atormentadas por fenômenos paranormais. Revelando o que é sobrenatural, fantasia, doença ou fraude. Estes trabalhos são desenvolvidos há décadas pelo casal João e Rosa e exibidos há 11 anos no Caça Fantasmas Brasil, um canal no Youtube que tem milhares de seguidores e recentemente teve um episódio gravado em Ponta Grossa, na Mansão vila Hilda.

Não foi o primeiro episódio na cidade: em 2018, os caçadores já haviam visitado o Cemitério Municipal São José. E foi naquela visita que eles viram os túmulos da família Thielen e ouviram falar sobre a casa deles, uma mansão com fama de ‘mal-assobrada’. No final do mês de fevereiro, os caçadores aproveitaram a vinda até Curitiba para gravar alguns episódios para vir conhecer a famosa Mansão.

A visita aconteceu no dia 2 de fevereiro, quando equipados com mais de dez câmeras, entre térmicas, de visão noturna e de vários tamanhos, medidores de campo eletromagnéticos (nove modelos), termômetros e gravadores muito sensíveis importados dos EUA, os pesquisadores paranormais ficaram cerca de três horas dentro da mansão. Eles foram acompanhados por um casal de fãs – eles têm mais de 40 grupos no Whatsapp apenas com admiradores – e por Marcelo Uczak Konofal, diretor de marketing e comunicação da Secretaria Municipal de Turismo.

Com uma hora de duração o resultado já está disponível na web. Mais que um programa de investigação paranormal, o Caça-Fantasma – inspirado no filme Ghostbusters e em programas de TV – é uma aula de história. “Há aproximadamente quatro anos, achei o canal deles no Youtube, vi que além do seu trabalho de busca pelo paranormal, também era uma excelente pesquisa histórica de fatos e pessoas pelo país, pois comparado com outros canais sobre paranormalidade que existem na internet, o Caça Fantasmas Brasil preza muito pela história e fatos verídicos”, explica Marcelo Uczak, que no episódio é quem conduz o casal pela mansão.

No episódio, as revelações são feitas pela vidência e telepatia de Rosa Maria Jaques, que teve sua primeira experiência paranormal aos seis anos de idade e foi desenvolvendo o ‘dom’ ao longo do tempo. Rosa afirma que consegue se comunicar com os mortos 24 horas por dia, e que eles sempre a procuram para pedir ajuda ou enviar recados a parentes vivos. Na Mansão, por várias vezes, essa comunicação acontece e Rosa age de acordo com os comandos que recebe de pessoas que não são perceptíveis pelas lentes da câmera.

Em outros momentos, diante de objetos, como quadros e fotografias, são os equipamentos que piscam, sinalizando para os investigadores paranormais a presença de uma energia no ambiente. “Os fantasmas geram fortes campos eletromagnéticos nos momentos de suas aparições e na maioria das vezes são notadas variações importantes na temperatura ambiente quando estes ocorrem”, explica João.

A divisão do que seria um fantasma ou uma energia pode parecer confusa para um leigo no assunto. Mas Rosa explica no caminho pelos cômodos da casa como as energias deixadas falam sobre as pessoas que viveram ali. “Vamos vibrar depois da morte o que vibramos em vida. É o somatório de todas nossas ações, verbos e vivencias em vida que vai determinar nosso legado energético pós morte”, explica

Apesar de tanta lenda urbana em relação à Mansão, de acordo com os pesquisadores, o lugar não tem nada de mal-assombrado. Para eles, as pessoas que moraram na casa, sejam os membros da família, ou as irmãs no período em que o espaço serviu como convento, foram felizes e não há nenhuma maldição ou algo do gênero. E algumas até retornam em intervalos de tempo, mas apenas para fazer uma visita e não para assustar ninguém. “A família de Dona Hilda só traz orgulho e gratidão a Ponta Grossa. Mostrar isso no episódio, fortalece o passado, valoriza os exemplos e assim, num canal que fala de fantasmas e assombrações, instrui e esclarece os jovens da cidade e do mundo sobre essa importante família de Ponta Grossa”, conta João.  

Mesmo já tendo vivido experiência dignas de filmes de terror em alguns episódios – já foram mais de 2 mil lugares visitados -, o fato de não ter nenhuma ‘assombração’ na Mansão não foi uma frustração, pelo contrário. “Ficamos maravilhados com a coerência do resultado da investigação e a história de vida e legado da família. O importante não é mostrar que é assombrado, o importante é mostrar a verdade, e mostrar que o sobrenatural dos lugares mantém sua história e pode se comunicar com os vivos através de paranormais sérios como a Rosa”, salienta o pesquisador.

Turismo

A divulgação de tantas história e mistérios no canal já fez com que muitas pessoas decidissem visitar determinados lugares, instigados pelo que viram nos episódios.  Esse impulso no turismo é destacado por Marcelo: “Quando feita de maneira respeitosa com o patrimônio toda exposição é bem-vinda. No turismo entendemos que o conhecimento da história leva ao respeito e a preservação e no trabalho deles além de sua pesquisa há o cuidado com os fatos e a história do lugar”, explica.

A Mansão Vila Hilda atualmente sedia a Fundação Municipal de Cultura e é aberta à visitação. Patrimônio Cultural do Paraná, tombada desde 1990, ela fica aberta das 9h às 18h. Para visitas guiadas ou grupos com mais de dez pessoas é necessário agendamento pelo telefone (42) 3901-1604. O imóvel está na Rua Júlia Wanderley, 936, esquina com a Cel. Dulcídio – Centro. Partiu conhecer essa casa ‘bem assombrada’?