Safra
Região espera colher 48,1 mil toneladas de cevada
Especialistas estimam crescimento de 14% no rendimento do grão em relação à safra do ano passado, mas estiagem começa a preocupar produtores.
Da Redação | 28 de julho de 2018 - 00:48

Especialistas estimam
crescimento de 14% no rendimento do grão em relação à safra do ano passado, mas
estiagem começa a preocupar produtores.
O período de estiagem na região dos Campos Gerais começa a
preocupar os produtores de culturas de inverno. Completando neste sábado (28)
31 dias sem chuvas consideráveis para o plantio, os produtores de cevada ainda
aguardam para realizar a adubação da terra.
Apesar dos problemas enfrentados com a seca, a expectativa
de colheita ainda é favorável. De acordo com o Departamento de Economia Rural
(Deral) da Secretaria do Estado da Agricultura e do Abastecimento, devem ser
colhidas 48,1 mil toneladas de cevada durante esta safra. O número é 13% maior
em relação à colheita do ano passado, que registrou quase 37 mil toneladas.
Em relação à área plantada, o número caiu levemente na
região – saindo de 11,13 mil hectares no ano passado para 11 mil hectares em
2018. No entanto, a alta na produção é puxada pelo rendimento previsto por
hectare, que subiu das 3,3 toneladas do ano passado para 3,8 toneladas este ano
– apresentando um aumento de 14%.
De acordo com o economista do Deral, Luiz Alberto Vantroba,
o maior problema em relação à falta de chuvas na região diz respeito ao manejo
do adubo nitrogenado, que depende da umidade do solo para ser aplicado. “A germinação
na região foi boa e as plantas ainda se mantem por conta do orvalho, que
derretem durante o início do dia e auxiliam na umidade do solo. No entanto, ele
[orvalho] sozinho não é o suficiente para garantir a aplicação do adubo
nitrogenado”, conta Vantroba.
Conforme explica Fábio Schmidt, proprietário da empresa
Protecta, que faz o fomento do cultivo de cevada na região, o problema no
plantio da cultura não está tão ligado, no momento, à falta de chuvas, mas sim
às temperaturas elevadas que prejudicam as plantas. “O calor faz com que o
processo de evaporação seja mais rápido”, explica.
De acordo com Schmidt, ainda não foram registradas perdas na
região por conta das condições climáticas. No entanto, se o período de estiagem
continuar, o cenário deve ser diferente. “Esperamos chuvas para os próximos
dias. Caso contrário, mais uma semana de estiagem já pode prejudicar as
plantações. É difícil prever, mas pode ser que aconteça”, conta.
Estiagem preocupa
produtores de trigo
De acordo com o economista do Deral, Luiz Alberto Vantroba,
a cevada é um pouco mais resistente que o trigo em relação às altas temperaturas
– apesar de que o clima quente prejudica as duas culturas. Sendo assim, quem
deve sentir primeiro os problemas da estiagem, caso ela permaneça, são os
produtores de trigo. Na região, a expectativa é de que sejam colhidas 403,9 mil
toneladas de trigo, número 3% maior que em relação ao ano passado.