Ponta Grossa
'XI de Agosto’ propõe apoio a jovem advocacia e valorização da classe
Ordem dos Advogados do Brasil elege nova diretoria em 22 de novembro; na busca pela presidência da subseção de Ponta Grossa, Mariantonieta Pailo Ferraz destaca propostas
Kadu Mendes | 01 de novembro de 2024 - 05:26
Mariantonieta Pailo Ferraz e Rubens Florenzano, candidatos a presidente e vice-presidente, respectivamente, da chapa ‘XI de Agosto’, que disputa a direção da subseção de Ponta Grossa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PG), afirmam que buscam estabelecer uma efetiva valorização da advocacia, defendem a continuidade de projetos da atual direção da subseção e buscam avanços. Algumas das propostas da chapa foram detalhadas, durante entrevista que os candidatos concederam ao Portal aRede, na tarde desta quinta-feira (31).
Primeiramente, Mariantonieta ressaltou que tem o desejo de ser a presidente da subseção porque acredita que tem um potencial para contribuir com a advocacia de Ponta Grossa diante de sua experiência de atuação na área. “Estou aqui e o meu principal motivo é a contribuição em prol de uma advocacia plural e em prol de sua valorização, e em favor da continuidade de muitos projetos que o Jorge Sebastião Filho, atual presidente, fez. Também busco avanços, principalmente com as atuais propostas que estamos trazendo”, disse.
Em relação às propostas, a chapa ‘XI de Agosto’ conta com 11 eixos e alguns destes tópicos foram debatidos com mais profundidade, durante a entrevista. Um deles trata da criação de um projeto entre a OAB e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Mariantonieta explica que a ideia, na verdade, já foi iniciada pelo atual presidente da OAB, Jorge, e consiste em um convênio entre OAB e UEPG para que nos cursos de mestrado que tenham áreas destinadas, para os advogados, estes possam ter bolsas. “As vagas não seriam como uma cota, são destinadas por convênio à advocacia. Então, os nossos advogados da subseção de Ponta Grossa que têm interesse, necessidade em fazer o mestrado [...] ele pode fazer”, explica a candidata que lembra que o projeto fornece duas vagas.
A chapa também propõe planos de apoio e de fortalecimento a jovem advocacia, que é composta por aqueles advogados que atuam há menos de cinco anos. Mariantonieta avalia que atualmente a jovem advocacia é a espinha dorsal da Ordem, mas que estes profissionais sofrem com questões de demanda, de oferta, falta de preparo e de recursos técnicos. Nesse sentido, uma das ações previstas pela chapa é a de promover projetos de treinamentos e informações para fornecer aos jovens advogados o conhecimento necessário para a atuação. A candidata a presidente da OAB cita que um dos exemplos de problemas enfrentados pela jovem advocacia é o da inovação tecnológica. Ao citar um exemplo, ela destaca que não são todos os advogados que sabem fazer o devido uso da inteligência artificial, que evolui constantemente. “Essa tecnologia, ela traz um avanço e uma facilitação. Mas, ao mesmo tempo, a Ordem precisa dar estrutura, principalmente para a jovem advocacia. E aí que temos o nosso projeto do Centro de Tecnologia e Inovação e Inteligência Artificial”, destaca. Este centro, conforme a proposta, consistiria em um espaço em que se teria recursos de tecnologia dentro da sede da Ordem e, somado de pessoas capacitadas para ensinar os procedimentos, daria o suporte necessário para a jovem advocacia.
Ainda durante a entrevista, o candidato a vice-presidente da chapa ‘XI de Agosto’, Rubens Florenzano, explicou que uma das questões defendidas é a da valorização da advocacia. Ele avalia que essa área de atuação passa por um momento difícil, seja pela quantidade de profissionais que atuam, seja pela falta de recursos da população para poder custear os advogados. Para Rubens, isso ocasiona uma desvalorização da profissão onde o advogado, muitas vezes, passa a buscar outras atividades que não apenas a advocacia para poder continuar tendo um uma renda suficiente para se manter. “Mas nós não queremos que advocacia seja um ‘bico’. Não é possível que um advogado exerça a sua profissão de forma suficientemente adequada, tendo que exercer outra atividade em conjunto e não possa se dedicar a sua profissão”, questiona.
Para o candidato a vice-presidente, a advocacia precisa trazer para o profissional que a exerce uma remuneração digna. “Não podemos ficar leiloando a atividade jurídica. Não se pode simplesmente alguém chegar no escritório e imaginar que está comprando um produto. O advogado não vende um produto. O advogado vende conhecimento. E o conhecimento muitas vezes é difícil de ser valorado”, disse Rubens ao lembrar que os valores dos honorários dos advogados são estipulados por uma tabela atualizada anualmente pela OAB. “A Ordem olha para essa atividade que o advogado exerce e lembra que se tem uma remuneração que deve ser considerada mínima. Por isso devemos respeitar isso que está descrito na tabela da Ordem, para podermos valorizar nosso trabalho e dignificarmos a nossa atividade”, finaliza.
MAIS PROPOSTAS - Além das propostas destacadas durante a entrevista, a chapa também conta com projetos que visam ampliar efetivamente o acesso da Escola Superior de Advocacia (ESA), fortalecer a Advocacia Dativa e atribuir protagonismo das comissões. Outras proposições dizem respeito ao desenvolvimento de ações em prol da valorização, defesa e desenvolvimento das prorrogativas e do estabelecimento de projeto de centro de mediação e arbitragem. Além disso, a chapa ‘XI de Agosto’ conta com projetos em prol da saúde mental e emocional, do bem-estar, da cultura e do lazer dos advogados, e também visa dar cumprimento de seu mister constitucional como representante da sociedade civil.