PUBLICIDADE

O Brasil está sob ataque

Imagem ilustrativa da imagem O Brasil está sob ataque

Por Mário Sérgio de Melo

O tarifaço de Trump, a investida contra o Pix, a desregulamentação das bigtechs, a coerção de autoridades e instituições brasileiras, a instalação de bases militares dos EUA em países limítrofes, a cizânia fomentada pelo Tio Sam contra vizinhos (Argentina, Paraguai, Venezuela) revelam que somos atacados. É tempo de refletir sobre isso e fazer um balanço de nossas forças e fraquezas, riquezas e pobrezas.

O Brasil tem predicados que o credenciam a ser uma grande nação: território continental, água potável, minérios, petróleo, energia solar, biodiversidade, mares piscosos, solos agricultáveis, clima amigável, grande mercado interno, boa infraestrutura instalada, conflitos raciais, sociais e religiosos relativamente menores, idioma único de Norte a Sul, produção de riqueza relevante, rica cultura popular. Mas temos também fraquezas: uma cruel concentração de renda, educação precária, conflitos ideológicos crescentes, corrupção enraizada, falta de nacionalismo e autoestima – o “complexo de vira-lata” –, que faz deslumbrar-se com o estrangeiro e desvalorizar o nacional.

Por que não somos nem sombra de EUA, China, Rússia, Índia, países que têm alguns, mas não todos os mesmos predicados que o Brasil? Fala-se nos motivos históricos, que fomos território para exploração e não para verdadeira colonização. Outras razões da peculiaridade do Brasil são: ter sido destino de degredados do império português; a mais longeva escravatura e monarquia nas Américas; a pátria de sucessivos golpes que derrubaram governos legítimos.

Diante da avidez humana, os recursos que o planeta disponibiliza estão escasseando. A civilização atual está deixando cair a máscara da diplomacia e da convivência pacífica. Os países armam-se para defender-se do ataque estrangeiro, ou para subjugar os vizinhos menos armados. Nessa realidade, o Brasil, rico em recursos e pobre em defesa militar, passa a ser alvo predileto da rapinagem internacional.

Estamos na época das guerras cognitiva, jurídica, comercial e tecnológica. Antes de invadir um país com militares, é mais barato sangrá-lo, até subjugá-lo; os exércitos de especialistas não precisam sair da sede do invasor, de lá manipulam suas novas armas: desinformação, leis extraterritoriais, sanções econômicas, golpes especulativos, espionagem, chantagem. Este novo modo de invasão cria no país invadido as milícias de infiltrados, que trabalham a favor do invasor.

Nesta nova ordem mundial, a resistência do invadido depende de um atributo: discernimento. Que resulta de uma educação que ensine a refletir e compreender. Sem isso, a população será presa fácil da guerra cognitiva, que cria fantasmas, ódios, discórdias, subserviência e elege farsantes pulhas entreguistas. A população lograda não vê quem é o real inimigo, confunde verdade com mentira, alia-se ao invasor.

Há muitas frentes a lutar na resistência à guerra que quer nos subjugar. Um requisito capital é a capacidade da população compreender, e assim colocar-se do lado certo na batalha.

Mário Sérgio de Melo é Professor aposentado do Departamento de Geociências da UEPG

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MAIS DE DEBATES

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

DESTAQUES

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

MIX

HORÓSCOPO

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE