Debates
A Bandeira
Da Redação | 18 de novembro de 2023 - 01:22

Por Francisco Ferreira de Andrade Filho
A Bandeira Nacional, adotada pelo Decreto nº 04 de 19 de novembro de 1889, vem, no decurso desses 134 anos, a manter-se fixada de maneira invulgar, como Símbolo perene não somente do espírito de liberdade, como dos ideais cívicos e democráticos inspiradores da proclamação da nossa república, episódio aquele que tendo sido um marco histórico indelével, mudou para sempre os rumos de nossa pátria.
Convém ressaltar que as origens históricas da nossa Bandeira remontam aos tempos do descobrimento do Brasil, com o surgimento do primeiro pavilhão, denominado “Bandeira Real de Dom Manuel 1º”, que perdurou de 1500 a 1521, vindo ao longo dos séculos, somar-se a essa mais nove Bandeiras, perfazendo dez ao todo, sendo a décima a atual Bandeira, criada com a instauração da República, recebendo o nome de “Bandeira do Brasil República” ou simplesmente, “Bandeira Nacional”.
Portanto, como podemos perceber, um Pavilhão Nacional não representa apenas um momento histórico da vida de uma nação. Especialmente no caso do nosso Brasil, simboliza todo a evolução histórica do povo brasileiro: As tradições e os anseios; as lutas e as alegrias que marcam o labor diário em nosso solo; simboliza, enfim a imorredoura esperança e fé nos destinos da Pátria.
Por tudo isso, nesta data, é com júbilo e imenso orgulho que vimos prestar culto a tão venerando Símbolo, cientes, no entanto, de que por mais e maiores as manifestações que se lhe prestemos, estas jamais estarão à altura de corresponder a tamanha dignidade e grandeza; cientes de que honrá-lo e cultuá-lo é o mínimo que podemos fazer para merecê-lo, especialmente por sermos sabedores de que tão nobre legado é a tradução da coragem e fibra de homens que nos precederam, heróis insignes que fizeram nossa gloriosa história, e que derramaram seu sangue sacrificando suas vidas para defendê-lo.
É oportuno, neste momento, lembrarmos as palavras do poeta, que num momento de rara inspiração, teve a felicidade de expressar-se em termos tão belos e profundos dizendo: “Considera a Bandeira como a Imagem Viva da Pátria, prestando-lhe o culto do teu amor e servindo a com todas as forças do teu coração”.
Diante da manifestação desse mais puro sentimento patriótico, ousamos perguntar: Qual brasileiro deixou de sentir indizível emoção ao deparar com ela tremulando em um mastro, ou então, sendo içada para coroar, perante outros povos, um momento sublime de vitória de si ou de outro irmão compatriota, por ocasião de um evento esportivo no qual seres humanos se congracem? Qual brasileiro que por qualquer motivo, estando Além fronteiras, ao vê-la agitar-se ao vento noutros recantos do mundo, deixou de sentí-la como bálsamo benigno a inundar-lhe o ser, mitigando as saudades da Pátria distante?
Entretanto, a dádiva dessa agradável emoção perante nossa Bandeira, devemos aos nossos mestres que no desempenho da obre missão de ensinar e educar, já desde os remotos tempos da nossa infância nos despertavam com sútil sabedoria para consciência cívica de seu imenso valor, fazendo-nos a cada dia mais e mais admirá-la e respeitá-la.
Citamos como exemplo a forma poética e singela com que invadiram nossa tenra capacidade de compreensão, quando referindo-se às suas cores verde, amarela, azul e branca, associavam-nas às riquezas e belezas; à paz e fraternidade que reinam em nosso solo. Hoje, não mais crianças, bem sabemos que tal interpretação em realidade, não corresponde à tradução verdadeira dos motivos históricos e filosóficos inspiradores destas cores; mas sabemos com inteira certeza, de que tal interpretação encerra na essência e no todo, o nosso mais sagrado lema: “Ordem e Progresso”!
Sabemos, finalmente, querida Bandeira, ser de ti que emana a força que nos congrega, fazendo com que nos confraternizemos como irmãos; que nos conclama, nestes momentos em que tanto o Brasil necessita de nós, e que faz nosso coração palpitar de emoção e alegria, na certeza de um glorioso porvir!
Francisco Ferreira de Andrade Filho é Tenente Coronel PM -Ref (ex-comandante do 1º BPM).