Campos Gerais
UEPG realiza inventário de sítios arqueológicos
Da Redação | 01 de dezembro de 2021 - 03:25
O PG Rupestre teve início em março de 2021, com objetivo
inicial de inventariar 25 sítios arqueológicos até então conhecidos pela equipe
do projeto
O Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (Gupe) da
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) iniciou um novo projeto para
pesquisar a riqueza arqueológica dos Campos Gerais. Desde março deste ano, ele
realiza o inventário se sítios arqueológicos com pinturas rupestres na Área de
Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana. Denominado ‘PG Rupestre’, o
projeto também atua com educação patrimonial.
“A APA dos Campos Gerais, atrelada ao imenso patrimônio
espeleológico, com potencial para novas descobertas, faz desta região um hotspot da
arqueologia nacional e Ponta Grossa possui uma fração importante deste
patrimônio”, explica Henrique Simão Pontes, membro efetivo do Gupe.
Segundo o professor do Departamento de Geociências da UEPG,
poucas medidas eficientes foram adotadas para garantir a proteção efetiva dos
ambientes. “O projeto está gerando dados e informações que podem orientar ações
de fiscalização e conservação dos sítios arqueológicos, subsidiar protocolos
para ações de manejo e embasar decisões do Conselho Municipal de Patrimônio
Cultural”, destaca.
Um dos exemplos que o professor usa para futuras ações é a
inclusão dos sítios arqueológicos no inventário municipal de patrimônio
cultural e o tombamento de sítios relevantes ou em risco de degradação.
TRABALHO – O PG Rupestre teve início em março de 2021,
com objetivo inicial de inventariar 25 sítios arqueológicos até então
conhecidos pela equipe do projeto. Após observações realizadas no entorno de
alguns locais, novas ocorrências foram descobertas. “Atualmente há 50 sítios,
sendo que 25 são achados inéditos, resultado dos esforços realizados durante os
oito primeiros meses do projeto PG Rupestre”, afirma Henrique.
A equipe realiza mapeamento espeleológico com trena laser e
aplicativo para obtenção de dados e desenhos durante o trabalho de campo. Ao
todo, o time composto por quatro pessoa já topografou 35 dos 50 sítios.
“A emoção de achar um novo local com pinturas é imensa. Além
de ser um novo registro científico, é mais uma prova de que os povos
originários habitavam e percorriam diversas áreas de nossa região”, afirma a
professora colaboradora do projeto, Laís Luana Massuqueto.
Por conta da umidade, o suporte rochoso onde as pinturas
estão desenhadas passam por processos de intemperismo e precipitações minerais.
“Muitas pinturas estão sendo perdidas naturalmente. Outro impacto negativo são
pichações e rabiscos por cima das pinturas, o que pode mostrar uma falta de
conhecimento sobre a importância deste patrimônio”, alerta Laís.
Além do mapeamento dos abrigos, o grupo ainda realiza
caracterização das pinturas rupestres de cada sítio, por meio de levantamento
fotogramétrico, com tratamento das imagens a partir do programa ImagemJ. “As
técnicas de realce permitem observar detalhes e até mesmo novas figuras, que
antes eram imperceptíveis”, conta Pontes.
Atualmente, o projeto está desenvolvendo a etapa de
inventário, que envolve a caracterização dos sítios arqueológicos e o
mapeamento dos abrigos.
O projeto pretende finalizar o inventário dos sítios
arqueológicos até março de 2022. “A partir do início do próximo ano, entraremos
na fase de fechamento do relatório de inventário dos sítios arqueológicos e
iniciaremos a fase de educação patrimonial”, completa Pontes. O projeto
pretende elaborar cartilhas educativas, painéis interpretativos, oficinas de
capacitação com professores e servidores de órgãos ambientais e culturais e
oficina educacional, para adolescentes do Centro de Socioeducação Regional de
Ponta Grossa.
PARCERIAS – O projeto tem patrocínio da Águia Florestal
e AP Winner; em parceria com Arqueo Trekking e Planalto Arqueologia e
Patrimônio; apoio do Geossítio Buraco do Padre; e incentivo do Programa
Municipal de Incentivo Fiscal à Cultura (Promific), Prefeitura Municipal de
Ponta Grossa – Fundação Municipal de Cultura e Conselho Municipal de Política Cultural.