Campos Gerais
Região tem quatro cidades no ranking dos bilionários
Castro, Carambeí, Tibagi e Piraí do Sul são destaques na produção agropecuária. VBP de 2020 do Paraná fechou em R$ 128,273 bilhões
Da Redação | 23 de setembro de 2021 - 02:11
Castro, Carambeí, Tibagi e Piraí do Sul são destaques na
produção agropecuária. VBP de 2020 do Paraná fechou em R$ 128,273 bilhões
O relatório final do Valor Bruto da
Produção Agropecuária (VBP) de 2020, divulgado nesta quarta-feira (22)
pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab),
mostra que a produção no campo paranaense foi de R$ 128,273 bilhões,
estabelecendo mais um recorde, com crescimento real de 21% em relação a 2019.
Além disso, 14 municípios alcançaram valores superiores a R$
1 bilhão, realçando a força das atividades agropecuárias. No VBP anterior, nove
municípios haviam ultrapassado esse volume, cinco a mais do que em 2018.
Os novos municípios bilionários são Tibagi (R$ 1,26 bilhão),
Carambeí (R$ 1,17 bilhão), São Miguel do Iguaçu (R$ 1,16 bilhão), Nova Aurora
(R$ 1,08 bilhão) e Piraí do Sul (R$ 1,02 bilhão). Eles se juntam a Toledo (R$
3,48 bilhões), Cascavel (R$ 2,27 bilhões), Castro (R$ 2,26 bilhões), Guarapuava
(R$ 1,60 bilhão), Marechal Cândido Rondon (R$ 1,47 bilhão), Santa Helena (R$
1,35 bilhão), Assis Chateaubriand (R$ 1,34 bilhão), Dois Vizinhos (R$ 1,34
bilhão) e Palotina (R$ 1,32 bilhão).
O crescimento mais expressivo tanto em variação nominal
(57%) quanto real (46%) foi observado em São Miguel do Iguaçu, que saiu de R$
741,7 milhões em 2019 e atingiu R$ 1,16 bilhão em 2020. Piraí do Sul também se
destacou com crescimento nominal de 47% e real de 36%, assim como Carambeí, que
fica na mesma região dos Campos Gerais, com variação nominal de 46% e real de
36%.
PESQUISA AMPLA – O levantamento do VBP paranaense
é um dos mais completos do País, com pesquisas semanais de preços e condições
de lavoura de cerca de 350 culturas, entre elas produtos da agricultura,
pecuária, piscicultura, silvicultura, extrativismo vegetal, olericultura,
fruticultura, plantas aromáticas e ornamentais. Como comparativo, o VBP
nacional tem como base dados da produção e preço médio de comercialização de 26
culturas, levantados pela Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab).
“O VBP tem uma função muito importante tanto como panorama
global das atividades agropecuárias no Estado e do faturamento bruto da
comercialização da safra quanto para o fortalecimento dos municípios”,
enfatizou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto
Ortigara. O índice é utilizado para compor o Fundo de Participação dos
Municípios, representando 8% da cota-parte do ICMS destinada a eles.
“No ano passado e ainda agora convivemos com condições
climáticas não tão favoráveis, que se aliam às restrições provocadas pela
pandemia, mas, mesmo assim, temos uma prova de que os agricultores e
pecuaristas paranaenses não pararam e, mais uma vez, a produção, de forma
geral, foi bastante razoável”, reforçou Ortigara. “De outro lado, os preços
tiveram evolução expressiva, proporcionando renda para os produtores e
enriquecimento para os municípios”.
Para o chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), da
Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Salatiel Turra, o VBP mostra
todas as potencialidades do agronegócio paranaense. “É possível perceber, dada
a evolução dos últimos anos, que a produção e a produtividade estão aumentando
graças aos pacotes tecnológicos, à assistência técnica cada vez mais
especializada e à atenção para com a atividade por parte do produtor rural”,
afirmou.
PECUÁRIA – Pelo segundo ano consecutivo, a receita
bruta estimada da pecuária é destaque no VBP paranaense. O montante de R$ 63,65
bilhões representa aumento nominal de 31% e real de 21% em relação ao valor
anterior. Com esse volume, o segmento representa 50% do Valor Bruto da Produção
Agropecuária paranaense.
Em Dois Vizinhos, por exemplo, a pecuária é responsável por
87% de todo o VBP municipal. Em Santa Helena, o percentual chegou a 84,7%,
enquanto em Toledo representa 80,8%.
“A alta nas cotações dos produtos da bovinocultura
contribuiu para o aumento dos preços médios de outras proteínas, em razão do
efeito substituição, circunstância que, aliada à expansão do volume de abates,
auxiliou no excelente desempenho do segmento”, disse a técnica do Deral
responsável pelo levantamento do VBP, Larissa Nahirny.
AGRICULTURA – Ainda que se mantenha atrás da
pecuária em valor, com participação de 40% no total do VBP, o grupo dos grãos e
grandes culturas foi o que apresentou maior evolução em relação a 2019, com
aumento nominal de 41% e real de 31%. O ano de 2020 rendeu aos produtores de
grãos paranaenses R$ 54,33 bilhões. O destaque é para a produção recorde de
20,9 milhões de toneladas de soja e para os bons preços conseguidos pelos
produtores.
Isso compensou as perdas da cultura do milho, provocadas
pela estiagem. Mas, mesmo com redução em 6% na produção, o preço teve
valorização e repercutiu favoravelmente no Valor Bruto da Produção
Agropecuária. Em termos de preço, o trigo foi o que mais remunerou os
produtores.
“Ao observar a série histórica, em todas as ocasiões em que
o aumento real do VBP superou a casa dos 20%, o expressivo crescimento esteve
correlacionado à recuperação da safra de soja”, afirmou Larissa. “Esse
incremento ocorreu em virtude tanto do maior faturamento do principal produto
agrícola, como do efeito da valorização do seu preço em outras culturas.”
No segmento de madeira, que participa com 3,32% do VBP, o
que se observou foi uma redução real de 9% na receita bruta estimada, caindo de
R$ 4,3 bilhões para R$ 4,2 bilhões. Consequência, sobretudo, do fato de os
preços médios de comercialização não apresentarem aumento real.
As hortaliças também apresentaram grande retração, com perda
real de 22% em relação aos R$ 4,6 bilhões de 2019, chegando a R$ 3,9 bilhões em
2020. As frutas elevaram em 8%, fechando com R$ 1,9 bilhão, enquanto o setor de
flores e plantas ornamentais reduziu 6% e valor de R$ 171,59 milhões.
REGIÕES – Considerando o percentual de crescimento de
2019 para 2020, as regiões Noroeste e Centro-Oeste apresentaram os maiores
índices: 26% em termos reais. Em valor, o Noroeste ocupa a quarta posição, com
R$ 12,40 bilhões, enquanto o Centro-Oeste aparece em sétimo, com R$ 8,82
bilhões. A liderança em volume é do Oeste, com R$ 30,03 bilhões e crescimento
real de 22%.
Todas as regiões do Estado apresentaram crescimento nominal
e real positivos. O Norte é a segunda colocada em valor bruto agropecuário, com
R$ 17,99 bilhões (25% de aumento real em relação a 2019). Na terceira colocação
fica o Sudoeste, com R$ 16,25 bilhões (crescimento de 24%). A região dos Campos
Gerais está na quinta posição, com valor de R$ 10,63 bilhões e crescimento real
de 23%.
O Norte Pioneiro é o sexto colocado, com volume de R$ 9,89
bilhões e aumento de 20% em relação a 2019. Nos últimos lugares em valor bruto
agropecuário estão o Centro-Sul, com R$ 8,42 bilhões (aumento real de 20%),
Sudeste, com R$ 7,66 bilhões (mais 12%) e Região Metropolitana de Curitiba, com
R$ 6,12 bilhões (crescimento real de 1%).
Todos os municípios e culturas listados no VBP 2020
estão AQUI.