Técnico de enfermagem é condenado a 44 anos por abusar sexualmente de pacientes em Curitiba
Wesley da Silva Ferreira foi considerado culpado por abusar sexualmente de pacientes que estavam sedados na UPA da Cidade Industrial (CIC)
Publicado: 17/08/2025, 15:32

Menos de um ano depois de vir à tona um dos casos mais graves de violência sexual registrados dentro do sistema de saúde de Curitiba, a Justiça condenou o técnico de enfermagem Wesley da Silva Ferreira a 44 anos e três meses de prisão. Ele foi considerado culpado por abusar sexualmente de pacientes que estavam sedados na UPA da Cidade Industrial (CIC).
A sentença, proferida na última quinta-feira (14) pela 12ª Vara Criminal de Curitiba, também prevê sete meses e quatro dias de detenção por ter registrado os crimes em fotos e vídeos.
Além disso, o réu terá que pagar cerca de R$ 75,9 mil em indenização por danos morais a cada uma das seis vítimas já identificadas. Mais detalhes não foram possíveis apurar, pois o caso tem sigilo.
O advogado Igor José Oggar, que representa a defesa de duas das vítimas, disse que se dá por satisfeito com a condenação. “Isso traz um pequeno conforto a todos e principalmente à sociedade que se vê mais protegida e amparada pelo poder judiciário quando uma pena é célere, porque bem sabemos que Justiça tardia é um tipo de injustiça. E nesse caso a sentença foi um tanto célere, a apuração por parte da polícia, a apuração investigativa também de nosso escritório, se dá então consenso de justiça entregue, razão pela qual nós entendemos que o papel da justiça está sendo feito e entregue”, disse o advogado Igor Oggar.
PRISÃO - Wesley, de 25 anos, foi preso em outubro de 2024 depois que o companheiro encontrou no celular dele vídeos e fotos dos abusos cometidos na unidade de saúde. As investigações mostraram que os crimes aconteceram entre dezembro de 2023 e outubro do ano seguinte.
À Polícia Civil, o técnico admitiu os abusos e afirmou que filmava os atos porque “tinha vontade”. No processo, ficou comprovado que as vítimas estavam sob efeito de sedação no momento das agressões.
CRIMES - Na condenação, a Justiça reconheceu a prática de estupro de vulnerável, registro não autorizado de intimidade sexual, divulgação de conteúdo íntimo sem consentimento e também o crime de lesão corporal grave, já que Wesley transmitiu propositalmente uma doença incurável.
Ele foi absolvido, no entanto, das acusações relacionadas à produção e armazenamento de pornografia infantil. A Banda B tenta contato com a defesa de Wesley.
REPERCUSSÃO - O crime ganhou repercussão nacional pela gravidade dos fatos e pela vulnerabilidade das vítimas — entre elas, pacientes em estado de sedação e até uma criança. Desde o início, o Ministério Público do Paraná e a Polícia Civil trataram o caso como prioridade.
A promotora responsável, Tarcila Santos Teixeira, já havia afirmado, à época da prisão, que o órgão atuaria para “manter ele preso”, destacando a necessidade de dar uma resposta rápida à sociedade e às vítimas.
RESPOSTA RÁPIDA - A condenação, menos de doze meses após a descoberta dos crimes, é considerada uma resposta célere do Judiciário em um caso de tamanha gravidade. Agora, com a decisão, Wesley da Silva Ferreira permanecerá preso para cumprir a pena.
Com informações: Banda B, parceira do Portal aRede.