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Alpargatas sobe mais de 1% após perder R$ 150 milhões em valor de mercado

Movimentos coincidem com a reação do mercado à campanha publicitária da Havaianas

Havaianas: campanha publicitária com Fernanda Torres gera repercussão nas redes sociais
Havaianas: campanha publicitária com Fernanda Torres gera repercussão nas redes sociais -

Publicado por Lucas Veloso

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As ações da Alpargatas (ALPA4), dona da marca Havaianas, sobem, nesta terça-feira, 23, 1,57% cotadas a R$ 11,62 por volta das 11h30. O movimento é de recuperação após fechar em queda de 2,32% na sessão anterior e perder R$ 152 milhões em valor de mercado.

Tanto a oscilação de alta quanto a queda estão ligadas à repercussão do comercial da marca veiculado no último fim de semana, estrelado pela atriz Fernanda Torres. No vídeo, ela diz: “Não quero que você comece 2026 com o pé direito”, completando em seguida: “O que eu desejo é que você comece o ano com os dois pés”.

O conteúdo provocou críticas de grupos de direita, que interpretaram a mensagem como política. Nos Estados Unidos, o ex-deputado Eduardo Bolsonaro gravou um vídeo jogando um par de Havaianas fora, em protesto contra o suposto teor político do anúncio. Até o momento, a Alpargatas não se pronunciou sobre a situação.

RUÍDO PONTUAL

O período turbulento foi interpretado por analistas de varejo como um ruído pontual e não de quebra de fundamentos. Isso porque os investidores estão começando a ficar mais sensíveis ao risco eleitoral.

Soma-se a isso o momento de baixa liquidez da bolsa em semana reduzida de negociações, em que “uma polêmica como essa consegue mexer com o preço da ação no curto prazo”, explica Caroline Sanchez, analista da Levante Corp.

Segundo ela, o mercado reage rapidamente a qualquer aumento de ruído, principalmente quando envolve marcas muito conhecidas e altamente expostas ao consumidor final. “Isso gera volatilidade e realização de posição por parte de investidores mais sensíveis a risco reputacional”, comenta.

MOVIMENTO ESPECULATIVO

Apesar da queda, Mauricio Grandeza, consultor de varejo e presidente da Aprovare Brasil (Associação dos Profissionais do Varejo), diz que o movimento é meramente especulativo e de curto prazo. “Estamos na véspera do Ano Novo, daqui a uma semana isso já foi, serão águas passadas”, destaca.

Para ele, a repercussão não deve gerar impacto nas vendas, e o motivo é o próprio comportamento do consumidor: ele é pouco acostumado a aderir a esse tipo boicote. Sanchez concorda.

“Historicamente, boicotes pontuais tendem a fazer mais barulho do que efeito real em volume. O consumidor médio de Havaianas é muito mais amplo do que o público engajado politicamente nas redes sociais”, complementa.

Em sua análise, não há evidência concreta de que esse tipo de repercussão gere queda material de consumo no curto prazo, especialmente para um produto tão massificado, acessível e presente no dia a dia como Havaianas.

Entretanto, o que pode preocupar o mercado não é uma queda imediata nas vendas, mas o potencial desgaste da marca ao longo do tempo, caso a empresa seja constantemente ligada a debates políticos.

Com informações de: Exame.

LEIA UM RESUMO DA MATÉRIA:

Reação do mercado: as ações da Alpargatas (ALPA4), dona da Havaianas, subiam 1,57% nesta terça (23), a R$ 11,62 por volta de 11h30, em movimento de recuperação após queda de 2,32% no pregão anterior e perda de R$ 152 milhões em valor de mercado.

Motivo da oscilação: a volatilidade foi atribuída à repercussão de um comercial estrelado por Fernanda Torres, que gerou críticas de grupos de direita por suposta conotação política; nos EUA, Eduardo Bolsonaro publicou vídeo jogando um par de Havaianas fora. A empresa ainda não se pronunciou.

Leitura de analistas: especialistas avaliam o caso como ruído pontual e movimento especulativo de curto prazo, potencializado por baixa liquidez na semana reduzida de negociações e maior sensibilidade ao risco reputacional. A expectativa é de pouco impacto nas vendas, mas o mercado observa o possível desgaste de marca se a empresa passar a ser associada com frequência a debates políticos.

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