BNDES libera quase R$ 10 bilhões para exportadores atingidos pelo tarifaço
Até agora, foram formalizadas 171 operações com grandes empresas e 546 com micro, pequenas e médias, com indústria de transformação à frente
Publicado: 02/12/2025, 19:53

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acaba de atingir a marca de R$ 9,72 bilhões aprovados em créditos pelo Plano Brasil Soberano, desenhado para auxiliar empresas brasileiras exportadoras afetadas pelas tarifas impostas recentemente pelo governo dos Estados Unidos.
Ao todo, foram contempladas 717 operações: 171 com grandes empresas e 546 com micro, pequenas e médias. O crédito aprovado atende diversos setores, com a indústria de transformação liderando (R$ 7,8 bilhões).
Em seguida vêm comércio e serviços (R$ 1,21 bilhão), agropecuária (R$ 557,13 milhões) e indústria extrativa (R$ 153,47 milhões).
Por unidade da federação, os estados mais beneficiados são: São Paulo (R$ 2,96 bi), Rio Grande do Sul (R$ 1,33 bi), Santa Catarina (R$ 1,26 bi) e Paraná (R$ 1,08 bi).
PORQUE O APOIO FOI ACIONADO
O plano foi elaborado em resposta ao tarifaço imposto pelos EUA a diversos produtos brasileiros exportados, com sobretaxas que totalizam 50%.
Ainda que Washington tenha anunciado, em 20 de novembro, a suspensão das tarifas adicionais para 200 produtos brasileiros estratégicos, como café, carne, frutas tropicais, cacau, chá, banana, laranja, tomate, fertilizantes e combustíveis, outros itens ficaram de fora e ainda amargam perdas severas, como por exemplo mel, uva, pescados e café solúvel.
As linhas de crédito liberadas pelo BNDES abrangem capital de giro (despesas operacionais e fluxo de caixa), investimentos produtivos, compra de máquinas e equipamentos, adaptação da produção e inovação tecnológica, e esforços para diversificação de mercados, ou seja, um esforço para diminuir a dependência dos EUA.
AMPLIAÇÃO DO CRITÉRIO DE ELEGIBILIDADE
Originalmente, podiam acessar o apoio as empresas cuja exportação aos EUA representasse ao menos 5% do faturamento bruto no período de julho/2024 a junho/2025.
Após ajustes, esse patamar foi reduzido para 1%, e os créditos foram estendidos também aos fornecedores das exportadoras.
Desde 21 de novembro, com a nova consulta de elegibilidade aberta, já foram protocolados 267 novos pedidos, totalizando uma demanda adicional de R$ 4,55 bilhões.
Ou seja: o volume aprovado até agora provavelmente é apenas uma parte de um montante maior a caminho.
O Plano Brasil Soberano foi lançado em agosto, e uma das medidas previstas é a concessão de R$ 40 bilhões em crédito via BNDES.
O QUE MUDA PARA O AGRONEGÓCIO E O SETOR EXPORTADOR
Com acesso a capital de giro e possibilidade de investir em adaptação e diversificação de mercados, empresas agrícolas ainda impactadas pelas tarifas terão fôlego para manter operações, renegociar contratos e explorar novos destinos de exportação enquanto as portas dos Estados Unidos seguirem fechadas.
Além disso, a flexibilidade de acessar recursos mesmo com participação menor de exportações (a partir de 1% do faturamento) significa que players menores também têm chance de se recuperar, o que pode evitar demissões e colapsos em cadeias produtivas sensíveis.
Por fim, a iniciativa do BNDES ajuda a dar previsibilidade em um cenário de instabilidade cambial e tarifária, algo essencial para planejamento de safras, contratos de exportação e investimento em infraestrutura agrícola.
CONFIRA UM RESUMO DESTA MATÉRIA:
Crédito liberado: O BNDES já aprovou R$ 9,72 bilhões em créditos pelo Plano Brasil Soberano, em 717 operações para grandes, micro, pequenas e médias empresas, com destaque para a indústria de transformação e para estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Objetivo do plano: A medida foi criada para amparar exportadores brasileiros afetados pelo tarifaço de até 50% imposto pelos EUA; as linhas de crédito contemplam capital de giro, investimentos produtivos, compra de máquinas, adaptação da produção, inovação e diversificação de mercados, reduzindo a dependência do mercado norte-americano.
Ampliação do acesso e impacto: O critério de elegibilidade caiu de 5% para 1% de faturamento atrelado a exportações aos EUA e passou a incluir fornecedores, o que ampliou a procura e já soma R$ 4,55 bilhões em novos pedidos; para o agronegócio e o setor exportador, o plano ajuda a manter operações, evitar demissões e dar previsibilidade em meio à instabilidade cambial e tarifária.
Com informações de: Agrofy News.





















