Jimmy Kimmel retorna à TV e critica Trump sobre liberdade de expressão
Antes de o programa ir ao ar, Trump insinuou em uma postagem em sua rede social que poderia agir contra a emissora do apresentador
Publicado: 24/09/2025, 14:29

O apresentador Jimmy Kimmel voltou ao seu palco noturno na noite dessa terça-feira (23) e pediu aos espectadores que enfrentassem as ameaças do presidente Trump. Antes de seu retorno, Trump publicou uma nova postagem contra a rede de Kimmel, a ABC.
Em um monólogo eloquente, Kimmel criticou os esforços "antiamericanos" para restringir a liberdade de expressão nos Estados Unidos. Ele deixou claro que não moderará suas críticas ao presidente, mesmo após uma suspensão de quase uma semana de seu programa devido à pressão do governo Trump.
"Este show não é importante", disse Kimmel aos telespectadores. "O importante é que vivemos em um país que nos permite ter um show como este."
LIBERDADE DE EXPRESSÃO - Kimmel compartilhou experiências com comediantes de países onde as pessoas "são jogadas na prisão por zombar dos que estão no poder e coisas piores". Ele destacou como a liberdade de expressão nos Estados Unidos é admirada globalmente e disse que só percebeu o quanto essa liberdade é valiosa depois que seu amigo Stephen Colbert foi retirado do ar e ele próprio foi ameaçado de ter seu programa cancelado.
O comediante previu que a ABC e sua controladora Disney estariam sob mais escrutínio do governo Trump por restabelecer o programa "Jimmy Kimmel Live!", após o presidente afirmar erroneamente que Kimmel havia sido "demitido". Kimmel criticou Trump por torcer abertamente pela perda de empregos de seus funcionários por conta de uma piada.
PAPEL DA MÍDIA - Kimmel também fez referência a outros apresentadores, como Jimmy Fallon, dizendo: "Espero que, se isso acontecer, ou se houver qualquer indício de que isso aconteça, vocês sejam dez vezes mais barulhentos do que foram esta semana". Ele conclamou o público a se manifestar contra ataques à liberdade de expressão.
Ao subir ao palco, Kimmel recebeu uma ovação de pé de vários minutos. Visivelmente emocionado, ele agradeceu àqueles que o apoiaram, inclusive aqueles que não compartilham de suas crenças, mas que defendem seu direito de expressá-las.
COMENTÁRIOS POLÊMICOS - Kimmel também abordou os comentários feitos em 15 de setembro sobre o assassino de Charlie Kirk, que levaram à suspensão de seu programa. Ele afirmou que nunca teve a intenção de fazer pouco caso do assassinato de um jovem e pediu desculpas se seus comentários foram interpretados de forma insensível.
A suspensão de Kimmel gerou um boicote popular contra serviços como Disney+ e Hulu, mas o CEO da Disney, Bob Iger, e sua equipe trabalharam para reverter a situação. A Disney, embora tenha repreendido Kimmel em um comunicado, permitiu que o apresentador retornasse ao ar.
Embora tenha expressado descontentamento com a suspensão, Kimmel agradeceu à Disney por permitir que ele continuasse utilizando a plataforma da emissora. Em tom humorístico, ele também fez piadas sobre Trump, respondendo a um comentário do presidente sobre suas "baixas classificações", dizendo: "Bem, eu faço esta noite".
Com informações de: Exame.