Brasil exclui EUA de evento sobre democracia em Nova York
Sanções americanas impedem participação de gestão Trump às margens da ONU, justifica governo brasileiro
Publicado: 20/09/2025, 18:20

Sob impacto das sanções americanas, o Brasil excluiu os Estados Unidos da segunda edição do "Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo". O encontro será realizado na próxima quarta-feira (24), em Nova York, às margens da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
O evento é articulado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em parceria com os presidentes do Chile, Gabriel Boric, da Espanha, Pedro Sánchez, da Colômbia, Gustavo Petro, e do Uruguai, Yamandú Orsi. A expectativa é reunir representantes de cerca de 30 países.
No ano passado, ainda sob a gestão do democrata Joe Biden, os Estados Unidos foram convidados para a primeira edição do fórum e enviaram um representante do Departamento de Estado.
A justificativa é que ações dos Estados Unidos sob Trump não cabem dentro de um evento que faz a defesa da democracia e busca uma articulação contra o extremismo no mundo. Principalmente em um momento em que Washington faz questionamentos à democracia brasileira e ataca instituições, como o sistema eleitoral e o Judiciário.
Na avaliação do governo Lula, o convite aos americanos seria uma incoerência em meio às tensões entre os dois países, que vêm se agravando desde julho.
Nesta semana, o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que novas sanções serão aplicadas ao Brasil após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.
O governo Trump já aplicou 50% de sobretaxa a produtos brasileiros, cancelou vistos de autoridades e sancionou o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), com a Lei Magnitsky.
Lula embarca neste domingo (21) para Nova York, onde abrirá os discursos da Assembleia Geral da ONU na terça-feira (23).
O evento "Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo", que ocorrerá na quarta-feira (24) pela manhã, busca uma articulação internacional em defesa das instituições e contra a desinformação, o discurso de ódio e a desigualdade social.
Informações: CNN