Após 'bate-boca' na Alep, deputado Renato Freitas será investigado | aRede
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Após 'bate-boca' na Alep, deputado Renato Freitas será investigado

A determinação ocorreu após o petista discutir com pessoas que estavam nas galerias e com o presidente Ademar Traiano (PSD)

VÍDEO
Veja o momento da discussão na sessão desta segunda | Autor: TV Assembleia

Da Redação

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O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Ademar Traiano (PSD), pediu que a Comissão de Ética da Casa instaure um novo processo para apurar a possível quebra de decoro parlamentar por parte do deputado estadual Renato Freitas (PT). A determinação ocorreu após ambos os parlamentares protagonizarem uma discussão durante a sessão plenária desta segunda-feira (9). Clique no player acima e veja o vídeo.

O bate-boca entre Freitas e Traiano ocorreu enquanto o primeiro discursava na tribuna da Alep e criticava o cristianismo e fanatismo religioso. A sessão era acompanhada por evangélicos contrários ao aborto, que se posicionaram nas galerias da Assembleia com faixas e cartazes. “Como todas as religiões, o cristianismo tem muito a oferecer, mas foi sequestrado pelo populismo religioso”, opinou o petista, que também criticou a postura “hipócrita” de alguns religiosos e de “falsos profetas”.

Os manifestantes chegaram a interromper o discurso de Renato Freitas ao se posicionarem contrários às falas feitas pelo parlamentar e o vaiaram. “Meu tempo está correndo, senhor presidente!”, protestou o petista ao se referir a Traiano. Pouco tempo depois, a deputada estadual Ana Júlia (PT) defendeu que Freitas pudesse concluir seu discurso: “Com todo respeito: a manifestação das pessoas é sempre legítima, apesar de não ser o momento adequado porque é a fala de um deputado, mas o grande problema – e é a indignação de todos os deputados […] – é ter um outro deputado exaltando esse tipo de atitude, interrompendo uma fala de um parlamentar’, disse, ao se referir ao Tito Barichello (União).

O presidente da Alep interrompe o início de uma discussão e alega que “todos têm o direito de manifestar-se dentro de seus princípios e do que defendem”. Ele, então, pede que Renato conclua seu discurso, que denuncia: “Eu estava com aproximadamente cinco minutos no relógio e ele continuou correndo”. “Não! Seu tempo foi congelado”, responde Traiano. “Não! Não foi… Porque eu observei. Então, o senhor pode ver nas câmeras”, completou o petista.

Após o início do bate-boca, Traiano cortou o microfone de Freitas e impediu que ele discursasse, afirmando que não deveria ocorrer polêmicas dentro da Casa. Exaltado, o presidente da Alep afirma que seu cargo lhe dá autonomia para cortar o microfone de qualquer parlamentar. Novamente, Freitas cobra que seu tempo de fala seja restituído, mas Traiano nega. “Então, vossa excelência encerre seu pronunciamento porque eu não vou lhe conceder mais tempo”, decidiu o presidente.

“Fique à vontade! Então, pare o meu tempo enquanto você fala, por favor! Enquanto eu falo, o senhor ouve… Porque eu me inscrevi devidamente, de acordo com o regimento dessa Casa, para estar me pronunciando. Se o senhor quer se pronunciar sobre o mérito da minha questão, faça inscrição e fale. Portanto, ouça… O senhor e os hipócritas religiosos que lotam essa Casa e que foram os mesmos que crucificaram a Cristo”, protestou o petista.

Renato Freitas foi vaiado mais uma vez pelos manifestantes que estavam nas galerias da Alep, e Ademar Traiano levantou o tom novamente: “Deputado! Não há nenhum hipócrita aqui dentro. Vossa excelência limite a sua fala. Corta! Determino que corte a palavra do deputado! Vamos em frente”.

O deputado Requião Filho (PT) se posicionou contrário à atitude do presidente da Casa e disse que esta seria a primeira vez que um parlamentar teria sua fala cassada. “Eu tenho autoridade para isso! O deputado não está respeitando a presidência”, retrucou Traiano.

“O senhor não é rei!”, gritou Renato Freitas em outros microfones espalhados pelo plenário, ao se referir ao presidente da Casa. “Você é um corrupto. Seu corrupto!”, acrescentou o petista. Por meio das redes sociais, Renato disse que Traiano tentou censurá-lo após “tomar as dores para si”.

A Banda B procurou a Assembleia Legislativa do Paraná para comentar o caso e o procedimento instaurado na Comissão de Ética, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Em nota, a direção do PT Curitiba lamentou o episódio e afirmou que Renato “tem direito de fazer uso de sua fala sem ser interrompido”. A legenda também disse que vai defender o deputado e o mandato do parlamentar.

Outro processo

Em agosto, um outro processo administrativo por quebra de decoro parlamentar contra Renato foi arquivado na Alep. A ação foi motivada pelos embates entre o petista e o deputado Ricardo Arruda (PL).

As informações são da Rádio Banda B

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