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Sobreviventes na Líbia enfrentam risco de minas terrestres

Mais de 11,3 mil pessoas morreram por inundações provocadas por tempestade. Equipes de resgate procuram corpos em meio aos escombros e também na praia em Derna

Homem chora no Egito após enterrar o corpo repatriado de seu filho, vítima das enchentes causadas pelos temporais na Líbia
Homem chora no Egito após enterrar o corpo repatriado de seu filho, vítima das enchentes causadas pelos temporais na Líbia -

Da Redação

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As pessoas que tiveram as casas varridas pelas enchentes de uma tempestade tropical no leste da Líbia enfrentam um dilema. Ou ficam, e encaram a falta de água potável, ou fogem por áreas com minas terrestres.

Mais de 11,3 mil pessoas morreram por conta da chuva. Outros cerca de 10 mil seguem desaparecidos, principalmente na cidade de Derna, mais afetada após a quantidade de chuva destruir duas barragens e alagar a região central do município. Equipes de resgate procuram corpos em meio aos escombros e também na praia.

A mídia estatal informou que pelo menos 891 edifícios foram destruídos na cidade e prefeito disse que 20 mil pessoas podem ter morrido.

Um relatório do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) indicou que as autoridades líbias verificaram que pelo menos 55 crianças tiveram problemas com contaminação por beber água poluída em Derna, onde os desabrigados estavam sobrevivendo em abrigos improvisados, escolas ou amontoados em casas de parentes ou amigos.

As águas das enchentes deslocaram minas terrestres e outros artefatos remanescentes de anos de conflito, o que representa um risco extra para os milhares de pessoas deslocadas, afirmou o órgão.

Atingidos

As organizações de ajuda humanitária enviaram ajuda emergencial e alguns países enviaram suprimentos, embora as autoridades de ajuda internacional digam que é necessário muito mais ajuda.

"As pessoas vieram com ajuda de todos os lugares, e isso facilitou as coisas para nós, e sentimos que não estamos sozinhos", disse Hassan Awad, morador de Derna, enquanto trabalhadores da proteção civil da Argélia procuravam sobreviventes nos escombros de edifícios de vários andares na cidade.

Awad apontou para um poste enferrujado esticado entre dois prédios e disse que foi se agarrando a ele que sua família sobreviveu à enchente que destruiu sua casa, cobrindo tudo de lama.

"Encontramos cadáveres de vizinhos, amigos e entes queridos, não consigo explicar", disse ele.

Em al Badya, um assentamento costeiro a oeste de Derna, o hospital estava tratando de vítimas de Derna, além das suas próprias vítimas.

Os médicos construíram barragens improvisadas na rua quando houve a inundação para tentar conter a água, mas ela subiu dentro do prédio.

"Isso afetou o maquinário e a infraestrutura do nível inferior do hospital", disse o diretor do hospital, Abdel Rahim Mazek.

Em outras partes da cidade, voluntários distribuíram roupas e alimentos.

"As pessoas deixaram suas casas sem nada, não tinham nem mesmo roupas íntimas", disse um dos supervisores da iniciativa, Mohammad Shaheen.

O voluntário Abdulnabi disse que a equipe veio de Ajaylat, a cerca de 800 milhas (1.200 km) de distância, no oeste da Líbia, dividida do leste por mais de uma década de conflitos intermitentes.

"As pessoas estão se unindo para ajudar os afetados", disse ele.

O país de 7 milhões de habitantes não tem um governo central forte desde a revolta apoiada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que derrubou Muammar Gaddafi em 2011 e sua riqueza petrolífera está dispersa entre grupos concorrentes.

Os analistas disseram que o desastre trouxe algum nível de coordenação entre a administração apoiada internacionalmente em Trípoli, no oeste, e a administração rival, no leste, mas que os esforços de reconstrução provavelmente reabririam as falhas.

O relatório da OCHA disse que pelo menos 11,3 mil pessoas morreram e mais de 10 mil pessoas estavam desaparecidas em Derna depois que a tempestade Daniel varreu o Mediterrâneo e atingiu a cidade e outros assentamentos costeiros, mas as autoridades contestaram os números.

Com informações do G1 

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