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Empresas paranaenses têm dificuldade na internacionalização    

Pesquisa da pós-graduação da PUCPR aponta principais dificuldade das empresas no Paraná

O processo de internacionalização das empresas e cooperativas enfrenta desafios, tanto no mercado internacional quanto nas próprias organizações
O processo de internacionalização das empresas e cooperativas enfrenta desafios, tanto no mercado internacional quanto nas próprias organizações -

Da Redação

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Pesquisa da pós-graduação da PUCPR aponta principais barreiras das empresas no Paraná

Companhias paranaenses vêm conquistando o mercado internacional em setores chave da economia do estado. Mas o processo de internacionalização das empresas e cooperativas enfrenta desafios, tanto no mercado internacional quanto nos processos das próprias organizações.

Para mapear esse cenário, o Programa de Pós-Graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) está conduzindo um projeto com duração de sete anos. O objetivo é analisar os efeitos e desafios da internacionalização para a indústria paranaense, repassando-os para a sociedade.

O projeto, com conclusão prevista para 2020, engloba duas teses de doutorado, seis mestrados, dez PIBICs, professores doutores, pesquisadores e mais um grupo de pesquisa ligados ao tema.

Indústria Metal Mecânica

O levantamento aponta que a indústria metal mecânica, um dos setores mais expressivos do Paraná, enfrenta dificuldades para internacionalização. Entre os principais entraves estão burocracia excessiva, a complexidade tributária e a infraestrutura logística precária, que causam queda de produtividade e redução da competitividade.

“O atual modelo de ressarcimento de créditos de exportação é complexo e burocrático”, diz Juliane Andretta, pesquisadora que analisou os processos de internacionalização da indústria metal mecânica.

Segundo ela, o processo atual exige formalidades desnecessárias para a obtenção do registro e da declaração de exportação que, juntamente com a dispersão da legislação aduaneira, dificultam a internacionalização. “É necessário que ocorram algumas alterações legislativas, procedimentais e organizacionais”, explica.

Etanol e demais energias renováveis

No setor de etanol, o mercado tem potencial de crescimento em meio ao aumento da demanda no mercado internacional, após novas regulamentações do uso do etanol misturado à gasolina. Neste contexto, o Paraná se destaca por ser o segundo maior produtor de etanol, atrás apenas de São Paulo. 

Segundo Nelma Terezinha Bouard, pesquisadora participante do projeto, o que contribui para que o Paraná ganhe destaque é o solo de terra roxa característico da região, extremamente fértil para o cultivo de cana-de-açúcar. Juntamente com a condição natural favorável,  a queda no intervencionismo estatal foi um impulso para o desenvolvimento do setor. 

Por outro lado, as empresas produtoras de etanol paranaense enfrentam diversos entraves para a internacionalização: o principal delas é a dificuldade para estreitar relações com países estrangeiros para a exportação. Outro desafio é transformar o etanol em commodity para viabilizar a comercialização no mercado internacional, além de produzir em volume suficiente para atender ao mercado interno e externo.

 Mesmo assim o Paraná vem se mostrando um ambiente favorável ao desenvolvimento das empresas de energia renovável, oferecendo incentivos fiscais e fomento para busca por eficiência energética. As fontes de energia solar e eólica, especificamente, vem atraindo atenção para investimentos e desenvolvimento. Mas o cenário ainda é de entraves em infraestrutura e falta de políticas públicas nacionais para o setor.

 “A crise energética vem potencializando seus efeitos no Brasil em vista da ausência de políticas econômicas de longo prazo e dos impasses em torno da atuação da ANEEL”, afirma Luis Guilherme Natalio de Mello, participante de pesquisa sobre a crise enérgica e seus efeitos sobre a economia paranaense. Segundo ele, esse cenário está tornando o setor o carente de investimentos em infraestrutura e dependente de uma única matriz energética, a energia hidrelétrica.

Cooperativas

 Por outro lado, as cooperativas enfrentam desafios diferentes: o maior delas é a diversificação de produtos e a industrialização das cooperativas agrícolas, explica Matheus Camparim, um dos pesquisadores. Ele aponta ainda a necessidade de encontrar novos mercados, além dos velhos conhecidos das cooperativas nacionais.

 O Paraná conta hoje com 74 cooperativas agropecuárias filiadas à Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar), formadas por aproximadamente 140 mil cooperados. Estas cooperativas representam 55% da economia agrícola do Estado do Paraná, além de participarem ativamente do processo de produção, beneficiamento, armazenagem e industrialização de grande parte dos produtos agropecuários produzidos no Paraná.

 “A diversificação das atividades também pode influenciar na minimização dos riscos de se operar em um único mercado”, explica Camparim. “Isso também acarreta o rompimento das barreiras protecionistas impostas aos produtos comoditizados, além de intensificar a competitividade global entre cooperativas, o que acaba chamando a atenção do consumidor final”, acrescenta.

 Vale lembrar que a indústria metal mecânica, o etanol e alguns setores das cooperativas ficaram, com restrições, por razões diferentes, no Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a União Europeia. 

Com informações da Assessoria de Imprensa

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