Governo determina correção em edital de concurso da PM
Edital pedia “masculinidade” e “capacidade de não se emocionar”; governo estadual diz que não admite posturas discriminatórias
Publicado: 14/08/2018, 09:49

Edital pedia “masculinidade” e “capacidade de não se emocionar”; governo estadual diz que não admite posturas discriminatórias
O governo do estado determinou, no começo da noite desta segunda-feira (13), a correção no edital da Polícia Militar do Paraná (PMPR). A publicação causou polêmica por exigir, entre seus termos, “masculinidade” e “capacidade de não se emocionar”. Várias entidades criticaram o concurso por considerarem os requisitos discriminatórios.
“A governadora Cida Borghetti determinou nesta segunda-feira a urgente correção dos termos do edital aberto pela Polícia Militar do Paraná para o concurso do curso de oficiais da corporação. A governadora ressaltou que não admite qualquer postura discriminatória nos atos das instituições de Estado, e destacou o fato de ter escolhido uma mulher, a Coronel Audilene, para o comando geral da Polícia Militar”, diz nota enviada à imprensa.
O concurso irá contratar 16 cadetes para a PM. Ele é aberto para ambos os sexos, mas apenas metade das vagas pode ser ocupada por mulheres.
Para o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR), a exigência de “masculinidade” que o edital pede é impossível de ser avaliada. A coordenadora de Comissão de Avaliação Psicológica, Mari Angela Calderari Oliveira, diz que as competências avaliadas em um concurso assim são outras. “A psicologia num concurso público avalia se o candidato está apto a desenvolver as competências do cargo que pretende ocupar. Quando se faz uma análise, se identifica fatores passíveis de serem avaliados com os instrumentos que a psicologia tem. Neste caso, avaliar a masculinidade do candidato me parece bastante discriminatório. É impossível fazer uma avaliação em relação a isso”, disse a coordenadora à Banda B.
Posicionamento
Pela manhã, a PM defendeu a exigência. Em nota, a corporação disse que não compactua com qualquer tipo de discriminação e garantiu que houve uma interpretação errônea sobre a exigência do termo “masculinidade”. A corporação chegou a dizer que não iria mudar o edital.
Informações Banda B.